Farmasi Arena recebe explosão emo com Fall Out Boy, Yellowcard e Story of the Year
Essa é uma grata semana para os emos: a segunda edição da I Wanna Be Tour demorou, mas chegou – e com ela, vários sideshows, para a alegria dos fãs. Na última quarta-feira (27), foi a vez do Rio de Janeiro receber três bandas de peso na Farmasi Arena: Story of the Year, Yellowcard e Fall Out Boy foram as escolhidas para fazer um evento inesquecível na cidade maravilhosa.
A noite começou cedo e o público se esforçou para chegar no horário: pontualmente às 19h, o Story of the Year subiu ao palco ao som de Tear Me To Pieces e, em poucos minutos, já pôde sentir a calorosa recepção do público carioca. Além de músicas mais antigas, como Anthem of Our Dying Day, o grupo incluiu outras faixas mais recentes, como War e Real Life, no setlist, mostrando toda a energia dos seus últimos trabalhos.
A empolgação do vocalista Dan Marsala era visível – e os fãs responderam à altura. Em um determinado momento, inclusive, Dan desceu para abraçar uma fã que segurava uma placa pedindo a música Sidewalks, do álbum Page Avenue (2003), e a banda, então, decidiu encaixá-la no repertório de última hora. Uma boa surpresa!
Já se encaminhando para o final do show, o Story of the Year ainda emplacou outras canções como In The Shadows e Is This My Fate? He Asked Them. Mas o momento mais esperado por muitos, sem dúvidas, era a hora de ouvir a clássica Until The Day I Die, que foi a música de encerramento – e uma das melhores maneiras de preparar o fôlego para as outras duas atrações da noite.
Com um intervalo de meia hora entre um show e outro, chegou a hora do Yellowcard se apresentar. No telão, uma abertura semelhante à da Paramount – mas com o nome da banda no lugar – deu indícios de que o espetáculo estava prestes a começar, deixando o público extasiado. Os integrantes entraram um por um tocando seus respectivos instrumentos, e, então, deram uma pausa dramática para enfim começarem a primeira música: Only One, do álbum Ocean Avenue (2003). Arrepiante e ensurdecedor, toda a Farmasi Arena cantou o refrão a plenos pulmões em uma só voz.
Na sequência, Lights and Sounds e Breathing elevaram ainda mais os ânimos dos fãs, proporcionando o momento perfeito para a abertura das rodinhas na plateia. Foi, definitivamente, uma excelente escolha para as três primeiras músicas do show. A partir disso, o Yellowcard passou a misturar faixas antigas com os singles do seu próximo disco, Better Days, que será lançado oficialmente no dia 10 de outubro e que contará com participações especiais de Travis Barker, Avril Lavigne e Matt Skiba.
Dentre os novos lançamentos, honestly i, Bedroom Posters e a faixa-título foram as escolhidas para entrar no setlist da banda. Mesmo não tendo o mesmo apelo das músicas mais antigas, o vocalista e guitarrista Ryan Key conseguiu cativar o público e até estimulou um backing vocal em Bedroom Posters, que foi prontamente atendido pelos que estavam presentes.
Ainda assim, não há como negar que as canções mais antigas foram as que mais emocionaram. Believe, Way Away e Awakening foram alguns momentos de destaque, mas não dá para negar que assim que o violinista Sean Mackin iniciou os primeiros acordes de For You and Your Denial, do álbum When You’re Through Thinking, Say Yes (2011), a energia foi eletrizante. A verdade é que Mackin é um show à parte: além de ser um integrante que virou praticamente uma “marca registrada” com Yellowcard com o seu violino, o músico exala carisma e empolgação. Em muitos momentos, inclusive, ele parecia até mesmo um maestro do público, criando uma conexão especial entre a banda e os fãs.
Para encerrar, o Yellowcard trouxe à tona um dos seus maiores sucessos que com certeza fez parte da trilha sonora de muita gente: Ocean Avenue. Foi o ápice de uma tremenda apresentação, aumentando ainda mais a expectativa para o Fall Out Boy, que assumiria o palco logo em seguida e era a grande atração desta quarta-feira.
E, acredite se quiser, mas as expectativas não apenas foram atendidas, como foram superadas. Pode ser um tanto ousado afirmar isso, mas diria que essa foi a melhor performance do Fall Out Boy em terras brasileiras (pelo menos até agora). A banda, que já integrou o line-up do Rock in Rio duas vezes, em 2017 e 2022, entregou tudo que o público sempre quis, tanto no repertório quanto nas pirotecnias e nos momentos de interação.
Tudo começou com Love From the Other Side, uma música mais animada que faz parte do último álbum lançado pelo grupo em 2023 e que reverberou todo o vigor da plateia nesse momento inicial. Mas para quem é fã de carteirinha do Fall Out Boy há muitos anos, a espera por faixas mais antigas sempre se faz presente – e dá para dizer que valeu a pena esperar! Isso porque quando começou a tocar Sugar, We’re Going Down, a sensação era de ter entrado direto em um túnel do tempo.
E isso só se confirmou ainda mais quando o vocalista e guitarrista Patrick Stump deu início a Grand Theft Autumn/Where Is Your Boy, do álbum Take This to Your Grave (2003). A plateia foi ao delírio e todos cantaram praticamente em uníssono, enquanto o telão simulava um cenário de neve. Em seguida, para completar essa pequena viagem no tempo, a banda ainda tocou A Little Less Sixteen Candles, a Little More “Touch Me“.
Pouco depois, um urso gigante inflável surgiu no palco como referência ao álbum Folie à Deux (2008), e o Fall Out Boy engatou nas músicas Disloyal Order of Water Buffaloes e I Don’t Care. Com Patrick visivelmente animado e o baixista Pete Wentz bastante sorridente, apesar das dores que vêm sentido nas últimas semanas, o grupo entregou tudo e o público retribuiu lindamente.
A apresentação de The Phoenix foi calorosa. Não apenas pela música em si, mas também pelas pirotecnias que a acompanharam – até mesmo o baixo de Pete soltava fogo, bem performático. E essa não foi a única surpresa: logo depois, a banda começou a tocar Thriller e Bang the Doldrums, ambas do álbum Infinity on High (2007), que não fizeram parte do setlist da I Wanna Be Tour em Curitiba. Sorte dos cariocas!
Outras canções clássicas do Fall Out Boy que resgataram a memória emo de cada pessoa presente na Farmasi Arena foram Dance, Dance, Thnks fr th Mmrs e This Ain’t a Scene, It’s an Arms Race – hits que marcaram toda uma geração. Mas, claro, músicas mais recentes como Immortals e The Last of the Real Ones também tiveram um brilho especial neste show. Além disso, a apresentação de So Much (For) Stardust, do álbum autointitulado, foi bastante impressionante: Patrick Stump mostrou toda a sua potência vocal e suas habilidades no piano, posição que havia assumido pouco antes para tocar Golden e What a Catch, Donnie.
Já se aproximando do final do show, Get Busy Living or Get Busy Dying foi outra grata surpresa, causando uma grande euforia no público – algo que se manteve com Centuries. Já o gran finale foi com Saturday, um dos primeiros grandes sucessos da banda e que deixou o show com gostinho de quero mais! Nesse momento, nem Pete Wentz resistiu e foi até a plateia, demonstrando todo o seu carinho com os fãs enquanto caia uma chuva de papéis picotados do teto. Vale lembrar que as três bandas vão se apresentar no próximo sábado (30) no Allianz Parque, em São Paulo, na segunda edição da I Wanna Be Tour.
Fonte: Moodgate
Fotos da banda : Caio Bandeira