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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O garoto do Punk Rock Patrick Stump ainda chama Chicago de ‘Doce Lar’


Patrick Stump não pretende ser legal.


 “Eu não creio em prazeres culposos” Stump diz, quando o assunto da música pop aparece.


O álbum solo do cantor do Fall Out Boy, “Soul Punk,” que saiu em 18 de Outubro, é o tipo de música pop legal, no entanto: se aproxima de Timbaland assim como qualquer banda punk e acaba soando um pouco como Prince.


Stump, que coroa sua turnê na sexta no Metro, apareceu durante uma recente parada em Búfalo para falar com a RedEye sobre festas de Hollywood, socialismo e oque os fãs de hip-hop pensam sobre sua outra banda.


Você se sente menos famoso agora? Como “Eu sou só um cara que pode falar com meus fãs depois do show ao invés de ficar cercado?”.
Eu nunca senti de verdade toda essa fama, mas agora é meu show, é meu nome... Me sinto um pouco mais famoso ... Mas sabe, isso é algo que eu nunca me acostumei. 


Você sente que tem de fazer meio que um esforço para se socializar do modo que as pessoas esperam agora que você esta no centro das atenções?
Interagir com o público é bom. É a parte impressionante... Estou ansioso pra isso. Foi assim sempre que eu fiz shows. 
A coisa que eu não gosto, é tipo, ter que me vender para outros artistas. É uma coisa onde é como “Bem é assim que você consegue turnês, é assim que consegue vender discos e tal.” [Isso é] toda essa ideia industrial de você ter de ...tentar e fazer melhores amizades com pop stars. 
Músicos pop não fazem turnês como músicos do rock. Era realmente fácil sair com o Fall Out Boy e ter todos esses amigos em bandas, pois você esta sempre em turnê, você sempre esta tocando com alguém. Mas isso [é] muito difícil. É muito arbitrário pra mim encontrar alguém de que eu goste do álbum e tentar ser mais legal com ele do que eu sou normalmente. 


Por que você decidiu ficar na região de Chicago ? [Ele mora em Glenview.]
É minha casa, sabe ? Eu não vou mentir pra ninguém, eu mantenho um lugar em LA (Los Angeles) porque tem muito trabalho la e tenho que ir pra lá todo tempo … Minha família está em Chicago há 150 anos. Nós todos temos o sotaque. Eu herdei móveis que foram enterrados no fogo ... è de onde eu sinto que venho  É a única cidade que eu gostaria de morar.


Por que você acha que muitos artistas não optam por ficar em Chicago? Oque você acha que Chicago poderia fazer para ter maior visibilidade nacional?


Eu acho que uma das coisas sobre Chicago é que não tem realmente muitas cenas ruins demais. Digo no sentido de LA ou Nova Iorque – e não é nada desrespeitoso com LA ou Nova Iorque pois tem excelentes cenas la também—você pode facilmente parar em uma festa com muitas drogas em qualquer lugar ... Eu nunca encontrei isso em casa. Eu comecei a tocar em todo lugar – minha namorada esta balançando a cabeça pra mim agora ! Ela esta rindo de mim ! Eu não sei essa é minha interpretação disso!”
[LA] atrai—tem muita gente atrás dela. Mas ao mesmo tempo estão atrás de entretenimento como um todo. Acho que você não pode ser um ator e não ter passado por Chicago. Você não pode ser um comediante a não ter passado por Chicago. E honestamente, eu não sei cara. Eu não quero bater muito no meu peito, mas acho que somos muito legais e somos boas pessoas.


Você tinha 20 quando o Fall Out Boy estourou. Foi um desafio ser recebido nesse tipo de fama e ser exposto nessas festas quando você tinha 20?
Eu não gostei muito disso. Eu estive em poucas festas de Hollywood, mas me lembro de uma em especial ... só lembro de ter ficado no canto. É engraçado pois eu estava parado atrás de alguém famoso, eu acho, então uma foto minha acabou na revista, comigo no fundo. Minha mãe recortou ... só era eu paradão la.
Um monte de letras no seu álbum dão a impressão de que você esta ficando velho. Você está com 26. Você se sente um super adulto velho agora ?
Eu me sinto bem adulto. Não posso mentir. A coisa estranha de estar saindo e fazendo minha carreira solo é que .. Eu estou fazendo um monte de coisas tudo de novo. É muito dejá vu, mas tenho de olhar para isso com o benefício de retrospectiva, como “Eu gostaria de saber tudo oque eu sei hoje quando era mais jovem” Esse tipo de coisa. 


Oque eu considero ser um tema muito comum. Muita gente com seus vinte anos, talvez, estejam sentindo isso. 
É engraçado. Percebi – não fiz isso de propósito – mas percebi que parte de mim estava querendo muito algum tipo de música pop para gente mais crescida. Tem tanta música pop para crianças, mas não tem muita música pop para pessoas com sua primeira hipoteca, que estão lutando, pessoas que ainda estão tentando pagar seus empréstimos estudantis, ou qualquer outro, todas essas coisas.


“Soul Punk” soa muito como um álbum pop. Quais são as influências punks nele? 
Primeiramente ele foi totalmente DIY (Do It Yourself – Faça você mesmo). Eu mesmo paguei por ele, eu mesmo gravei, eu mesmo toquei todos os instrumentos. E aí tem algumas músicas de enfeite como “Greed” ou “Dance Miserable”—o disco inteiro é político pra mim.
Isso foi oque me atraiu para o punk rock. Eu sempre fui um dos mais políticos dos garotos punk rock. Eu não estava nisso só pra dar mosh, eu estava nisso pelo estatuto ... e quando [Fall Out Boy] começou isso era quase uma declaração política fazer uma banda pop punk. Pois a cena que nós estávamos meio que se deteriorou ... se tornou caras bravos socando uns aos outros e não era essa nossa cena. E então fizemos toda essa coisa [pop].
Ás vezes eu olho para essas declarações, essas grandes visões do mundo mostrando o dedo do meio, e isso é sempre uma coisa muito punk rock pra mim.
De um modo, abraçando o pop, pra mim, foi uma coisa punk rock a ser feita pois eu estava cansado das pessoas estarem como, “Isso é punk rock. Você veste essa jaqueta de couro. Você vai ali e grita sobre algo” ou oque seja. Eu pensei que isso era muito estúpido e coisa de gente com a mente muito fechada. Você não pode ter regras para não se conformar ... 
Então nesse modo acho que o disco tem muito de Punk. É muito subtextual e muito subversivo. Estou falando muito abertamente das coisas que quero mudar no mundo, coisas que acho que são merda e quero mudar. 


Tem alguma coisa específica que as pessoas podem não entender imediatamente?
Em geral, acho que estamos operando nesse mito de que America nunca foi um Estado capitalista. É muito ridículo pois somos igualmente capitalista e socialistas e você deve manter um equilíbrio entre as duas coisas ... E sempre há um grau de capitalismo e ganância que arruína isso. E sempre há – nós somos socialistas ... todo policial que impede um crime, todo bombeiro que salva sua casa, isso é socialismo. Então muito do disco, Eu mostro esses personagens que tem essas estórias pessoais porque eu penso que todas essas coisas começam num nível pessoal. … Eu não estou pedindo para ninguém tomar parte e integrar nenhuma ideologia. Eu estou dizendo para considerarem os sentimentos de cada um e é daí que sairão muitas outras coisas.


Como você sente à respeito do Occupy Wall Street (movimento de protesto contra a influência empresarial na sociedade e no governo dos EUA)? Você acha que fará um show secreto no Occupy Chicago?
Isso seria legal. Oque penso sobre o Occupy Wall Street agora é que sinto a mesma raiva que todos estão sentindo, oque acho que é um começo saudável ... acho que o ponto chave é estabelecer algumas metas. ... se estamos falando sobre coisas como simplesmente limpar a indústria bancária porque é insana ou acabar com pessoas jurídicas, coisas como essas, então eu apoio 100%.


Sei que você é um grande fã de hip-hop. Quais artistas você mais acompanha atualmente?
Eu estou acompanhando bastante XV agora ... Obviamente, acompanho o [colega de turnê] Rockie Fresh. Acho ele demais. Ele me ganhou ao vivo. Foi isso oque realmente me matou. Mas em geral eu estou um pouco fora de música nova porque estive trabalhando muito no meu disco.


Você trabalhou com muitos artistas do hip-hop no passado. Trabalhou com Lil Wayne. Como foi isso ?
Eu lembro que estávamos trabalhando naquele disco [“Folie a Deux”] um pouco antes de “808s and Heartbreak” e toda aquela coisa vir a tona, e nós estávamos como, “Cara, seria ótimo se tivéssemos um MC cantando” Porque alguns desses caras cantam e seria muito legal ter alguém cantando num disco de rock. Normalmente você pega o convidado do hip-hop e deixa ele fazer um verso. Isso seria legal —Lil Wayne não apenas rima, ele também gosta de musicalidade e melodia.


E ele cantando tem a voz tunada mais incrível.
É, ele tem uma voz hilariantemente diferente. Então colocamos ele nessa. E la pelo tempo que o disco saiu o Auto-Tune (software que modifica a voz) já tinha chegado com uma enorme explosão. Então quando o disco saiu ficamos nos sentindo. Mas já vinhamos tentando fazer isso ha um tempo. Pensamos que isso seria muito legal.E tenho certeza, se não me engano, eu não acho que modificamos muito a voz dele no disco. Acho que colocamos a voz normal que eu já achava bem legal...


Fall Out Boy estava bem aberto em estar entre o hip-hop, R&B e metal—todas essas coisas que não deveríamos estar dentro e a acho que por isso muita gente nos criticou. … 


Eu diria que sou definitivamente mais fã de hip-hop do que de rock. É engraçado pois muitos dos meus amigos do hip-hop virão pra mim e dizer coisas como “Eu não gostava muito de rock, mas eu [bip] com o Fall Out Boy.”
             


Não que eu queira que todos os fãs de Patrick Stump te persigam, mas onde você gosta de ir em Chicago?
Eu sempre amei Reckless Records. Esse era um dos meus locais favoritos quando eu estava crescendo e comprando discos de punk. Eu ainda vou na Reckless Records de vez em quando. Chicago Music Exchange é ótima para instrumentos. Eu sei que é pra crianças pequenas mas eu amo o Museu de Ciência e Indústria.


Qual foi sua exposição favorita?
Quando eu era pequeno fizeram uma sobre super-heróis. Tinha quadrinhos da Marvel. Você podia controlar o Tocha Humana com o calor do seu corpo. Você podia controlar o Hulk , com a sua força. Era demais.


Os Favoritos do Patrick 
Já que o nome do álbum do Patrick é "Soul Punk," perguntamos ao cantor sobre seus gostos musicais para fãs do gênero oposto.


Escolhas Punk para fãs do Soul
"The Shape of Punk to Come" do Refused: "Eles desconstruíram tudo que o hardcore era ... eles pegaram a idéia de gritar e desconstruíram de volta a algo como, James Brown. Eles colocam tudo em contexto e pra mim é o disco punk perfeito."
"Midwestern Songs of the Americas" do Dillinger Four: "Uma das coisas que me puseram dentro do punk, pop-punk."
"Early Buzzcocks" do The Buzzcocks: (Nenhuma razão a dar; precisa de alguma?)
Escolhas R&B para fãs de punk:
"Ommas Keith" do Sa-Ra: "Ele tem algo que simplesmente me mata. Ele tem muitos discos.”
"What's Going On" do Marvin Gaye: "Isso era como o ‘ Sgt. Peppers' da era da Motown"
"Donuts" do J Dilla: "Você ainda ouve a influência dele. Ele ainda é muito relevante no hip-hop e R&B."


Tradução:Maria Bonfim  @MB_Rocks
Fonte:redeyechicago

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