Atualmente fazendo turnê pelos EUA com seu
quinto disco, “Save Rock And Roll”, o Fall
Out Boy tem escrito isso melhor do que você já
sentiu desde 2001. Com participações de Elton John,
Courtney Love e Big Sean, e flertando com gêneros como metal,
dubstep e disco, sua primeira obra desde a separação de
2009 é definitivamente o seu mais ambicioso trabalho. O disco
chegou ao segundo lugar nas paradas da ARIA em abril deixando tudo
mais confuso pelo título. O vocalista e guitarrista Patrick
Stump oferece sua opinião sobre o atual estado da
música e Courtney Love, explica porque seu álbum solo
foi uma reação a uma morte em sua família e
porque ele ainda é, felizmente, o garoto que vive ao lado.
Como foram os seus primeiros shows com a
banda após gravarem o “Save Rock And Roll”?
Os
primeiros shows após a gravação foram uma grande
surpresa, em primeiro lugar nossa química juntos foi
reenergizada de uma forma que eu não esperava e em segundo
lugar a plateia estava tão diferente. Eles estavam fervendo e
novos… a maioria deles nunca tinha visto a gente. Nós
esperávamos tocar para vários dos mesmos fãs que
nós tínhamos antes, mas, estranhamente, nós
acumulamos novos fãs durante o tempo fora. Eu tinha voltado a
ficar o tempo todo em uma vida suburbana quieta, então um
crescimento de gente me seguindo foi novidade para mim.
Você falou brevemente sobre a era
CBGB anteriormente; essa foi uma época invejável para
música e o título do álbum foi uma interessante
menção a aquilo. Você pode falar um pouco sobre o
motivo de este disco ser uma reação ao estado atual do
rock and roll?Sobre a era CBGB, eu diria que a coisa que
mais me excita sobre isso não é só o advento do
punk rock; todas as facetas da música naquele tempo (as cenas
disco, hard rock, new wave, garage-rock, cantores-compositores, prog,
country e então as cenas fluorescente do eletrônico e do
hip hop, até o sonolento soft rock, etc) pareceram ser
novidade. Você pode olhar para um homem de negócios que
usou o mesmo corte de cabelo por toda a sua vida adulta e por alguma
razão e logo em seguida resolvem todos decidem usar
costeletas. Foi uma época selvagem. Fuçar em todos
aqueles discos é como ver uma explosão em câmera
lenta… cada pedaço de estilhaço deixou um novo
entalhe e causou outra reação em cadeia única.
Atualmente eu sinto que o mundo da música tem ido em frente de
uma forma excitante, mas em algum lugar do passado toda a inovação
é “Rock and Roll”, o que está cada vez mais se
tornando uma música de herança. Nós parecemos
fingir que “Rock” é uma coisa que brotava dos pelos do
peito de Robert Plant pilotando uma Harley e vomitando “Metal”,
enquanto fuma um Bud Light. Isso se torna velho e velhice é
uma droga. Tem uma diferença entre ensinar a velha receita do
pão para os netos pra que eles possam dar seu próprio
toque nele e deixar um pedaço de pão velho num prato de
petri porque você o amava demais. É sufocante. Então,
sobre o título do álbum, sim, é um título
meio de brincadeira que veio que quatro nerds do subúrbio. De
qualquer forma, nós genuinamente queremos ouvir música
“Rock” tentando ser selvagem e saindo do caminho como quando o
Blondie tentou fazer rap, quando o The Clash fez back-beats, quando
os Ramones tentaram soar como um grupo feminino do Phil Spector, e
quando o Elvis Costello tocou reggae (apenas alguns discos antes de
tocar country!). E se ninguém mais vai fazer isso então
nós vamos sair na frente e fazer esse disco louco com o Elton
John e o Big Sean.
A colaboração com a Courtney Love
foi uma grande forma de lembrar os jovens de um ícone feminino
do rock, o que mais salta a sua cabeça sobre a época em
qu estava gravando com ela?Courtney é tipo uma versão
concentrada de mulher; você pega todos os tipos de força
feminina de uma vez quando ela está por perto. Ela é
maternal e infantil. Cínica e séria. Glamourosa e
gelada. Um gênio contido e uma louca solta. Andar com ela é
muito intenso, mas é incrível pela mesma razão.
Eu diria que a minha coisa favorita sobre trabalhar com ela foi o
quão próximo ela chegou das nossas letras; eu
honestamente não posso dizer onde nossa acaba e dela começa.
Ela entendeu nossa pequena banda boba tão bem.
O “Soul Punk” pareceu ser um grande e
importante projeto que você precisava fazer por você
mesmo. Olhando de volta para esses anos do projeto solo, teve alguma
coisa do Fall Out Boy que você sentiu que estava dando como
garantido?Foi incrivelmente importante, sim. A versão
mais curta que posso falar disso é que eu estava lidando com
uma morte muito ferrada na minha família, mas eu não me
sentia (não sinto) confortável dizendo nomes… então,
eu tive que encontrar uma forma de disfarçar isso em metáforas
e sintetizadores. Eu não poderia fazer esse cara emocional com
uma guitarra, então eu fiz um disco funk. Você sabe:
escolha obvia.
Sobre o Fall Out Boy eu acredito que estava levando como garantido! Eu estou envergonhado de admitir isso, mas fiz isso sem estar sabendo disso, é claro. Eu acho que toda a experiência foi importante. Eu acho que eu realmente precisava ter a responsabilidade de enfrentar um projeto, mas também de ser rejeitado por isso. Isso foi importante para o meu crescimento como artista… até o ponto em que a maioria de tudo que eu colocava para fora tinha sido abraçado pelo nosso público, mas creditado mais fortemente para alguém aos olhos do público (Pete). Eu meio que acidentalmente me escondi atrás dele e deixei ele levar muita da glória, mas mais importante, os esporros da imprensa e tudo isso. Quando nós saímos em turnê com o “Folie à Deux”, aquela foi a primeira vez que nosso público olhou para mim especificamente querendo dizer “Patrick, por favor! Salve-nos dessa porcaria de música que vocês estão tocando!” Enquanto isso eu ficava “Uh… eu… eu gosto dessa porcaria de música. Eu escrevi essa porcaria de música”.
Eu levei isso mais a fundo com a coisa solo e enquanto muita gente gostou disso, um grupo muito escandaloso de fãs rejeitaram isso com força. Isso me fez entender como o Pete se sentia enquanto eu estava me escondendo atrás dele, mas de uma forma estranha eu também percebi o quão amado o Fall Out Boy era. Quando algumas crianças gritavam “seu disco solo é uma droga” eu comecei a entender que isso era eles secretamente pedindo por mais Fall Out Boy.
Sobre o Fall Out Boy eu acredito que estava levando como garantido! Eu estou envergonhado de admitir isso, mas fiz isso sem estar sabendo disso, é claro. Eu acho que toda a experiência foi importante. Eu acho que eu realmente precisava ter a responsabilidade de enfrentar um projeto, mas também de ser rejeitado por isso. Isso foi importante para o meu crescimento como artista… até o ponto em que a maioria de tudo que eu colocava para fora tinha sido abraçado pelo nosso público, mas creditado mais fortemente para alguém aos olhos do público (Pete). Eu meio que acidentalmente me escondi atrás dele e deixei ele levar muita da glória, mas mais importante, os esporros da imprensa e tudo isso. Quando nós saímos em turnê com o “Folie à Deux”, aquela foi a primeira vez que nosso público olhou para mim especificamente querendo dizer “Patrick, por favor! Salve-nos dessa porcaria de música que vocês estão tocando!” Enquanto isso eu ficava “Uh… eu… eu gosto dessa porcaria de música. Eu escrevi essa porcaria de música”.
Eu levei isso mais a fundo com a coisa solo e enquanto muita gente gostou disso, um grupo muito escandaloso de fãs rejeitaram isso com força. Isso me fez entender como o Pete se sentia enquanto eu estava me escondendo atrás dele, mas de uma forma estranha eu também percebi o quão amado o Fall Out Boy era. Quando algumas crianças gritavam “seu disco solo é uma droga” eu comecei a entender que isso era eles secretamente pedindo por mais Fall Out Boy.
O Fall Out Boy tinha essa sensação
meio cansada, de garotos que moram ao lado, nos dois primeiros
discos, inevitavelmente vocês cresceram e saíram disso,
mas existem algumas faixas que qualquer pessoa passando por uma fase
ruim pode se relacionar. Você ainda tem emoções
similares as que você tinha no “Take This To Your Grave”?Ah
sim, muito. Eu acho que nós estávamos mais conectados
com nossas emoções durante os dois primeiros discos do
que nos outros dois álbuns, principalmente porque nós
não éramos mais o brinquedinho novo e brilhante. Quando
nós escrevemos o TTTYG e o FUCT,
não tinha muitas pessoas se importando ou criando expectativas
sobre nós. Quando escrevemos o IOH e o Folie,
o Pete não podia sair sem que os paparazzi o
seguissem. Eu, eu era aquele cara que você citava quando queria
fazer uma piada de gordo. Foi uma época muito estranha para
nós, então é claro que nós perdemos essa
conexão com nós mesmos. Tornou-se muito difícil
escrever sobre vidas normais quando não estávamos
vivendo isso. Agora nós estamos nessa grande posição
na qual as pessoas sabem nossas músicas e querem nos ver ao
vivo, mas eles não ligam de verdade para nossas vidas
pessoais. Os entrevistadores pararam de me perguntar qual é a
atriz ou cantora que eu tenho uma queda e estão me perguntando
como eu fiz essa decisão artística ou o que significa
alguma letra. As alegrias de seus vinte e poucos anos são
versos do final de sua adolescência! Eu amo isso. Isso pode ser
o quão sarcástico eu quiser. Eu não invejo os
caras do One Direction, entretanto haha. Isso tudo nos permitiu a
voltar a uma vida de verdade. Agora nós somos os mesmos caras
cansados que moram ao lado, mas com aquela camada que a rejeição,
o divórcio e algumas mortes te dão. Agora todos nós
mesmo que entendemos que as pessoas que nós dizíamos
“vão se foder pra sempre” na adolescência geralmente
são as pessoas que você acaba tendo que ver pelo resto
da sua vida. Todos nós tivemos que aprender a engolir
desaforos. Esse disco todo é tipo aquele cara cansado que mora
ao lado dando o obrigatório aceno para a sua ex-namorada. De
alguma forma “foi muito bom te ver” é mais brutal do que dizer
“vá se foder para sempre”.
Fonte: The Music Network
Nenhum comentário:
Postar um comentário