Pete Wentz critica 'rock de publicitário' e diz que EUA têm chance na Copa. Banda americana de pop rock tocou em São Paulo dia 21.
''Estamos em uma era da pop music, da disco. Acho que isso é normal. Nossa banda passou por vários momentos e continua aí. Eu acho que você tem que tentar sobreviver."
''Não escrevo para ser tocado no rádio. Eu poderia fazer jingle, música
fácil, boba. Mas não quero fazer música de publicitário. Quero estar na
maior banda do mundo e me esforço para isso. Não quero cantar música que
outros não queiram ouvir."-Pete Wentz
"Nós vamos sofrer um nocaute, no começo do round", avisava o Fall Out Boy, em seu primeiro hit, "Sugar, we're going down", de 2005. Embora tenha começado a fazer sucesso com um refrão que unia amor e boxe, o esporte preferido do líder da banda, o baixista Pete Wentz, é outro.
O músico de 34 anos é fã de futebol e pensou até em ser jogador profissional, quando adolescente. "O futebol vem se tornando cada vez maior nos Estados Unidos e a cada Copa sinto que nosso time tem mais chance", analisa Wentz, em entrevista ao G1. Hoje já distante do rótulo emo e do hardcore com letras românticas do início da carreira, o Fall Out Boy tocou em São Paulo, no Citibank Hall, quarta-feira (21). O quarteto de Chicago vem ao Brasil para divulgar o disco "Save Rock and Roll", quinto trabalho do grupo.
Pete lembra que, antes, o objetivo era tocar o maior número de músicas no menor tempo possível. Mas a meta mudou. "Quero estar na maior banda do mundo e me esforço para isso. Não quero cantar música que outros não queiram ouvir", explica. Ele está ciente de que ter um pouco de dance pop no som aumenta a chance de ir bem nas paradas. "Você tem que tentar sobreviver", resigna-se.
G1 – Quando vocês anunciaram uma pausa, em 2009, pensou na chance de nunca mais a banda voltar?
Pete Wentz – Sim, é claro que isso passou pela minha cabeça. Eu notava que a gente não se falava muito, todos estavam fazendo coisas diferentes. Sempre soube que sou um cara que me daria bem sem ter banda.
G1 – Por que as músicas do Fall Out Boy têm títulos tão grandes?
Pete Wentz – Eu não sei... Acho que os títulos apresentam o que as músicas são. Tratamos as músicas como se elas fossem ideias. Elas vão além de ser apenas uma canção, a parte de um disco.
G1 – Você queria ser jogador de futebol quando adolescente. Jogava bem?
Pete Wentz – Isso é relativo. (risos) Eu era mais ou menos... Eu até era bom na liga da minha escola, mas no Brasil provavelmente não seria. Mesmo não sendo um grande jogador, eu me divertia.
G1 – Está empolgado com a Copa? Os Estados Unidos têm chances de ganhar?
Pete Wentz – Eu estou muito empolgado. Acho que vou ver vários jogos na TV. É um evento diferente dos outros. O futebol vem se tornando cada vez maior nos Estados Unidos, e a cada Copa sinto que nosso time tem mais chance. Meu favorito, então, é a equipe dos EUA. É legal ver times da América do Sul enfrentando os da Europa, porque são escolas e jeitos de jogar bem distintos.
G1 – Você chegou a cursar Ciências Políticas na universidade. Qual sua opinião sobre o governo do Obama?
Pete Wentz – É difícil estar vivendo algo e analisar ao mesmo tempo. Tem que ver em perspectiva, daqui a alguns anos. Obama sabia que ia passar por muita mudança, tempos ruins. Levando isso em conta, ele está tentando se sair bem. Nós veremos daqui a alguns anos se ele foi realmente bem.
G1 – Você algumas vezes escreve músicas com metáforas sobre músicas ('Você é apenas uma frase desta canção', 'Dormi com alguém do Fall Out Boy e só ganhei essa música idiota'). É uma marca da banda?
Pete Wentz – A gente faz um pouco disso, gosto de metáforas. Mas sinto que é dificil usar a música para falar de música. Sinto que, às vezes, as pessoas não entendem quando é muito complexo. Escrever é complicado, porque você está escrevendo para outra pessoa. Tem hora que fica difícil de se entender, de se conectar. Música tem que ir além das letras.
G1 – Você perguntou no Twitter: 'Quanto café pode beber antes que a cabeça exploda?' Já tem a resposta?
Pete Wentz - (Risos) Eu tomo cinco ou seis espressos diferentes em um dia. Cinco foi o meu limite, mas dá para tomar mais...
G1 – Você ganha mais dinheiro como dono de gravadora, integrante do Fall Out Boy, empresário de marca de roupa ou apresentador de TV?
Pete Wentz - Eu não teria como fazer tudo sem o Fall Out Boy, disso eu tenho certeza. Pensando assim, minha favorita é o Fall Out Boy. A partir da banda, tive outras chances de ter carreiras diferentes. Eu faço mais por ser apaixonado do que pelo dinheiro. Dependendo da época, uma dá mais ou menos dinheiro do que a outra função...
G1 – O que vocês queriam no começo e o que querem agora?
Pete Wentz – No começo da banda, a gente tocava pesado e rápido. O mais rápido possível era a nossa meta. A ideia era fazer punk rock e sair do palco o mais rápido possível. Isso mudou muito. Agora quero tocar melhor, tentar dizer algo.
G1 – Vocês já chegaram ao topo entre os discos mais vendidos dos EUA, mas o rock anda meio mal das pernas. Dificilmente consegue ficar no top 10 anual, nos últimos anos. Aqui no Brasil, a história se repete. Por que isso vem acontecendo?
Pete Wentz – Estamos em uma era da pop music, da disco. Acho que isso é normal. Nossa banda passou por vários momentos e continua aí. Eu acho que você tem que tentar sobreviver.
G1 – Há novos grupos de pop rock tentando o sucesso, como Imagine Dragons, Capital Cities e Bastille. Há quem diga que fazem 'pop rock de propaganda' e que as músicas parecem jingles. São bem pensadas e produzidas. O que pensa disso?
Pete Wentz – Posso falar por mim, não falo pelas outras bandas. A gente teve sucesso com "Sugar you're going down", mas não fomos pressionados pela gravadora para fazer igual. Preferimos lançar coisas que nada tinham a ver, como "This ain't a scene, It's an arms race". Não escrevo para ser tocado no rádio. Poderia fazer jingle, música fácil, boba. Mas não quero fazer música de publicitário. Quero estar na maior banda do mundo e me esforço para isso. Não quero cantar música que outros não queiram ouvir.
Fonte:G1Globo
sexta-feira, 30 de maio de 2014
Ex-emo, Fall Out Boy diz se esforçar para ser 'maior banda do mundo'
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