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quarta-feira, 4 de junho de 2014

De meninos para homens:Patrick Stump e Pete Wentz discutem seus passados, presentes e futuro

Desde que surgiam das origens humildes do grande cenário punk de Chicago,o Fall Out Boy já andou na montanha russa do sucesso popular e todas as consequências decorrentes disso. Álbuns com hits, retaliações, status de celebridades, aparições em páginas de fofocas, drama pessoal, drama dentro da banda e por ai em diante. Após quase se separarem em 2010, a banda entrou em hiato antes de se reunir para trabalhar no que se tornaria o quinto álbum de estúdio, Save Rock And Roll, de 2013. Produzido pelo criador de hits pop Butch Walker, o álbum foi um retorno a antiga forma da banda artisticamente e seu lançamento comercial de maior sucesso nos últimos anos. Em apoio ao álbum, a banda embarcou numa série de vídeos ambiciosa intitulada The Young Blood Chronicles. Criando uma narrativa fluente através de todas as 11 canções do álbum, a banda lançou um clipe de cada vez, sendo que os dois últimos clipes estrearam no canal Palladia na Quarta Feira dia 21 de maio. O vocalista Patrick Stump e o baixista Pete Wentz falaram recentemente com a VH1 para falar sobre o álbum e qual é a posição dele no legado do Fall Out Boy.

VH1: Conte-nos  o que vocês queriam alcançar quando criaram o álbum Save Rock And Roll.
Patrick Stump: Uma das coisas que queríamos fazer com esse álbum era mais ou menos reinventar o nosso som. Uma grande razão para isso foi que queríamos estabelecer para nós mesmos que nós queremos trabalhar com música por um bom tempo. Não queremos ficar presos ao passado e continuar nos repetindo. Não só para nosso próprio prazer, mas também porque muitos dos artistas que nós realmente respeitamos também fizeram isso. Às vezes, é algo difícil de se fazer. Eu penso que um dos maiores conflitos quando uma banda envelhece, quando a banda entra na sua segunda década de existência – o que, para nós, é insano de se pensar – mas quando você chega nesse estágio, eu penso que um dos maiores desafios é tentar fazer o público entender onde o seu material novo se encaixa com o seu material passado. Você sabe, nós fazemos um show e temos tantas músicas agora, de tantos álbuns, então, onde essa canção nova entra? Há um grau de importância em fazer todas essas músicas novas serem relevantes.
Pete Wentz: E a essa altura, existe um legado. Tudo tem que ser pelo legado do Fall Out Boy. Tem que ser importante porque agora nós temos famílias em casa, então tudo que fazemos precisa ser suficientemente importante para nós termos vontade de, tipo,  sair do pais por isso.
Patrick: Sim, isso também é verdade. Cada show, cada clipe, cada música precisa realmente significar aquele tanto para nós ficarmos longe de nossas famílias. Quando você tem todas essas pessoas com as quais você se importa e que se importam com você, até mesmo nossa equipe, nós temos muita responsabilidade nos nossos ombros, então tudo precisa ser feito da forma certa e tudo precisa importar.
 
VH1: Esse cd tem uma impressão real de álbum, não soa como um monte de singles. Qual foi o grau de importância disso para vocês?
Patrick: Eu acho que o formato do álbum e a experiência de escutar um álbum é algo muito importante para alguém estar fazendo. Eu não critico as pessoas que produzem singles e pessoas que focam somente nisso. Tudo bem. Eu fico contente que exista um mundo para isso, porque eu sinto que singles estão ficando mais e mais interessantes. Mas eu acho que álbuns como um todo estão sofrendo com isso e eu não quero que essa forma de arte se perca, porque eu penso que é realmente importante que as pessoas se lembrem como se fazem álbuns. E o grande desafio é como você pega singles e os transforma em um álbum. Como você faz uma música que uma pessoa consiga entender em 3 minutos e meio, mas também a contextualiza de uma forma que faça sentido quando colocada (com outras canções) e conte parte de uma história.
Ao mesmo tempo, quando você observa a história da música e o conceito de álbuns, é tentador dizer que esse é o lugar onde a música está. Não, no começo de tudo, a ideia verdadeira de álbum era tentar enganar as pessoas e fazê-las comprar mais produtos, sabe? Tempos atrás isso era realmente sobre o que se tratava. Mas os artistas olharam para aquilo e pensaram “Bem, podemos tentar todas essas outras coisas.” Eu penso que isso é algo que músicos e artistas sempre vão fazer quando você os der a oportunidade de se expressarem, eles vão encontrar uma forma de fazer isso. Então, para nós, eu sinto que se vamos realmente lançar um álbum, não há como não considera-lo como uma peça completa.

VH1: Como surgiu a ideia de trabalhar com Butch Walker?
Patrick: Conhecemos o Butch há muito tempo e foi uma daquelas coisas muito óbvias de se fazer porque nós somos amigos antigos e temos o mesmo empresário e nos encontramos com muita frequência. Então, quando estávamos organizando esse álbum eu acho que esse foi um dos nomes que quase nos negamos a cogitar porque era tipo “Ah, é muito fácil ir por esse caminho.” Mas quando entramos no clima e o convidamos pensamos “Isso vai ser muito complicado” porque quando você o deixa te produzir ele te destrói em pedaços e depois te reconstrói. Você não vai entrar em estúdio e ser preguiçoso. Foi realmente um grande desafio, mas ficamos muito melhores por conta disso.
Pete: Eu sinto que, porque sempre fomos uma banda que gosta de brincar com a diferença entre ser rock demais para a música pop e pop demais para a música rock, Butch realmente soube como navegar com isso. Você sabe, se existe um cara tipo, rock and roll do nível de motocicletas, esse cara é Butch Walker. Mas ao mesmo tempo, ele faz canções para a Pink e foi capaz de navegar os dois mundos para nós.
Patrick: Pink, que por sinal, é tão rock and roll quanto todo o inferno. A Pink é fantástica.
 
As raízes do Fall Out Boy estão no cenário hardcore da música punk, apesar de vocês terem deixado isso para trás e terem grandes hits comerciais. Em que ponto vocês pararam de se importar com a pureza do punk rock e abraçaram o sucesso?
Pete: Eu tenho um exato e preciso momento de quando eu parei de me importar em ser chamado de traidor do movimento ou qualquer coisa desse tipo. Anos atrás, a franquia de filmes Alvin e os esquilos se ofereceu para colocar uma de nossas músicas em um dos filmes e eles falaram “Talvez vocês poderiam dublar alguns personagens” ou algo do tipo e nós realmente agonizamos sobre isso, tipo “Ah meu Deus, as pessoas vão odiar isso. Talvez seja melhor não fazer.” Acelere a vida para dez anos depois e estou eu sentado com meu filho de três anos assistindo Alvin e os esquilos e pensando que ninguém se importaria. Ninguém lembraria de uma forma ou de outra.
Patrick: Sim, eu penso que isso é uma daquelas coisas sobre a ira da cena punk rock de onde viemos, para eles tudo é se vender para a indústria da música, você realmente não se coloca em perspectiva, você olha para as coisas do chão para cima. Você precisa cair fora disso. Eu ainda meio que acredito que exista a tal coisa de se vender para a indústria, mas agora é diferente. Não é ser popular, porque você literalmente não tem controle algum sobre isso. Estamos fazendo isso a tempo suficiente para termos visto bandas que simplesmente não queriam se tornar populares se tornarem populares. Eu acho que a coisa mais importante é que não importa o que você esteja fazendo, você está fazendo porque você ama e se importa com isso.
Pete: Para mim, na minha própria vida, eu penso que não há nada mais punk rock do que Fall Out Boy estar sendo tocado numa rádio pop no ano de 2014. É absurdamente insano.
Patrick: É bem maluco que eles nos toquem em qualquer estação de rádio no geral.




Fonte:VH1

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