Quando cartazes do Westfest começaram a aparecer por todo o país e online, eles anunciavam nomes de lendas do metal.Então outro nome apareceu e a resposta foi unânime: “sério?”
O baixista do Fall Out Boy, Pete Wentz, sabe muito bem sobre não se encaixar, e ele parece exasperado por ter que passar por isso novamente.
“Quero dizer, escuta, não nos encaixamos em lugar algum, certo? Somos muito pop para o rock, somos muito rock para o pop, somos tocados nas rádios de rock, somos tocados nas rádios de pop. Mas nós nunca tentamos fingir ser algo que não somos. Nós nunca iremos fingir isso”, diz ele.
Ele ligou de um hotel em Sydney, onde a banda toca no Soundwave, o festival do qual o próprio Westfest conseguiu convencer alguns artistas a irem tocar na Nova Zelândia enquanto estão nesta parte do mundo.
É um line-up impressionante também, com nomes como Faith No More, Judas Priest, Papa Roach e Soundgarden assumindo o palco na próxima semana.
Westfest é um festival de rock/metal e o Fall Out Boy acaba de lançar seu álbum mais pop até o momento.
O último lançamento da banda, American Beauty/American Psycho, tem influências de dance, hip-hop, pop, funk e soul, e é o segundo lançamento desde o retorno triunfante do hiato da banda em 2013.
Então, o que mudou?
“Eu acho que ficamos melhores em simpatizar um com o outro, em saber que estamos todos nisso, estamos todos juntos nisso. Todo mundo ficou melhor em seu próprio ofício e sabe qual é o seu papel no Fall Out Boy, e todo mundo tem mais confiança, o que é legal de ver”, diz Wentz.
No entanto, alguns fãs alegam que a banda mudou muito – foi longe demais na direção do pop sem manter o rock o suficiente.
“Quando voltamos do hiato, olhamos para o hip-hop e olhamos para Djs, e eles são capazes de responder diretamente a cultura pop, porque eles podem fazer a sua música em laptops em aeroportos e esse tipo de coisa. Então eles podem lançar uma canção amanhã que responde a algo que acontece hoje, sabe?” diz Wentz.
“O único jeito que o rock moderno poderá ser capaz funcionar dentro da cultura pop hoje em dia é provar que eles são capazes de fazer isso também.”
Então, com isso em mente, eles fizeram AB/AP; um álbum sobre o romance moderno e o que Wentz descreve como “o limite entre a loucura e beleza”.
“O que pretendíamos era tipo, quando pensamos sobre nossa banda, nós queremos tocar em estádios, certo? Eu penso em bandas tipo Queen – é daí onde vem uma canção como “Centuries“, a ideia de que queremos poder inspirar alguém”, diz ele.
“Eu me lembro quando “Enter Sandman” do Metallica tocava na estação pop na minha cidade e eu ficava tipo, ‘meu deus’, e por causa disso eu descobri todas essas outras bandas. Essa é a aspiração.”
Ele chama isso de ser uma banda “porta de entrada” – o tipo de banda que, por não se encaixar, ajuda fãs a atravessarem as fronteiras dos gêneros.
“Eu acho que é sua responsabilidade como um artista pop homenagear as coisas que te inspiraram. Tocamos outro dia e os Vandals estavam tocando antes da gente, e eu fiquei tipo, ‘cara, espero que nossos fãs estejam vendo eles também’. É assim que você descobre algo especial.”
E não é só rock e metal que eles pretendem apontar em direção aos seus fãs.
O Fall Out Boy sempre – não importa o quão inesperadamente – foi fã e defensor do hip-hop, trabalhando com alguns dos maiores nomes do gênero, de 2 Chainz e Big Sean a Kanye e Jay-Z.
“Eu acho que as pessoas pensam que nós só ouvimos música que é exatamente como a nossa. Nós não ouvimos. Quero dizer, eu estava conversando com Drake outro dia – tipo, em que mundo o cara do Fall Out Boy estaria falando com Drake? Sabe? Mas é refrescante fazer turnês em colaboração com pessoas fora do que você faz.”
O que talvez explica o seu mais recente empenho – a turnê Boys Of Zummer com ninguém menos que Wiz Khalifa.
O anúncio levou as mídias sociais a loucura, com os comentários em sua maioria acompanhando as linhas: em que mundo isso faz sentido?
Bem. O mesmo mundo em que Pete Wentz e Drake estão tomando café juntos.
“Sim, as pessoas acham que isso é algo fora da realidade, mas não é. Quando estamos montando uma turnê tentamos descobrir quais bandas fariam sentido – no ano passado o Paramore foi perfeito, então estávamos tentando pensar em outra banda que fizesse sentido, mas, o que eu estava dizendo antes sobre não se encaixar; é a mesma coisa com Wiz em seu mundo.”
“Então chegamos e ele achou legal – a ideia era de que juntos podemos criar essa turnê que é como uma ilha de brinquedos desajustados.”
Assim, com o Fall Out Boy pronto para voltar mais uma vez a Nova Zelândia em questão de dias, está claro que se encaixar não é do que se trata.
Ser uma porta de entrada, ser parte da porta de entrada de alguém, e o fato de que Rob Halford do Judas Priest disse “e aí” de passagem outro dia, faz tudo valer a pena.
“Aprendemos a ser uma banda tocando esses festivais onde ninguém sabia quem nós éramos. Estávamos acostumados a tentar ganhá-lo – você tenta ganhar fãs, mas o mínimo que você pode fazer é tentar ganhar respeito.”
“Tipo, você pode não sair de lá sendo o maior fã de Fall Out Boy, mas talvez saia nos respeitando.”
Fonte:Stuff
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