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quarta-feira, 25 de março de 2015

Pete Wentz fala sobre o retorno do Fall Out Boy e sobre sua vida pessoal


Já faz mais de uma década desde a ascensão do Fall Out Boy à fama no início dos anos 2000, e Pete Wentz esteve em uma montanha-russa durante todo esse tempo. Desde então, ele esteve envolvido em uma variedade de diferentes empreendimentos, desde possuir um clube até iniciar sua própria gravadora. Mas no fim, nenhum seria tão gratificante quanto gravar músicas novas com seus amigos mais próximos.
Para a nossa última entrevista Infinite, nós conversamos com Pete para discutir sobre como a vida tem sido para ele desde o hiato do Fall Out Boy em 2009, e os desafios que eles teriam que superar antes que o Fall Out Boy voltasse à fama. Como eles estão? Nada mal, considerando que eles tiveram dois álbuns consecutivos no número um desde então, com Save Rock And Roll, de 2013, e American Beauty/American Psycho nesse ano de 2015.

Pete Wentz é também um amante de viagens, e após muitas turnês mundiais, você tende a se tornar um especialista. Pete Wentz nos conta sobre como as viagens deixaram um impacto duradouro sobre a sua vida ao longo dos anos, e como a vida na estrada pode ser difícil quando você tem uma família esperando por você em casa..


Renascimento Começa
DP: Pelo que eu entendo, você meio que tomou a iniciativa de reunir todos e começar a gravar. De onde veio esse desejo?
Pete Wentz: Patrick tinha acabado de publicar em seu blog sobre como ele estava chateado e que ele estava em uma situação ruim. Em um nível de amigo, eu não queria meu amigo se sentindo daquela forma, então eu estendi a mão. Sempre seria sobre música nova, e ele imediatamente veio com material realmente excelente. Parecia algo novo e uma nova perspectiva que precisávamos entrar de cabeça.
 
DP: Foi difícil dar um tempo como vocês fizeram e voltar a escrever e gravar novas músicas?
Pete Wentz:
Sim, eu acho que há duas partes para essa resposta. Em um nível pessoal foi difícil primeiro dar um tempo porque a sua identidade é “aquele cara do Fall Out Boy” e isso vai embora. Ser feliz por conta própria e sair com meu filho me fez sentir como se eu não soubesse se eu realmente queria voltar e fazer isso.
Por outro lado, nós não tivemos nenhum arquétipo em relação a como fazemos isso de novo. Não havia ninguém para procurar, para fazer isso. Como podemos fazer isso e não voltar e ser um ato de legado? Como podemos mudar musicalmente, mas ao mesmo tempo lembrar as pessoas do que eles amavam sobre nós? Foi meio que um dilema descobrir algumas dessas coisas. Isso exigiu alguns impulsos de fé, sendo tipo, sim essa música tem um grito de metal, vamos tentar colocar isso no rádio.

DP: A Rolling Stone descreveu sua reunião como um “renascimento impressionante”. Essa afirmação é justa? Você ficou nervoso ao conduzir o anúncio?
Pete Wentz:
Definitivamente nervoso. Eu achei que iria ser algum tipo de reação de culto ao álbum mas para conseguir tocar no rádio é diferente. Até mesmo ter a Rolling Stone dizendo algo assim é muito legal. Eu acho que isso é colocar nos termos mais legais possívels para nós [risos]. Estamos em um ponto interessante onde não somos mais a banda mais nova e também não somos os Foo Fighters e nem estamos nesse tipo de nível.

O Retorno do Fall Out Boy
DP: Em 2007, o Fall Out Boy lançou seu quarto álbum, Infinity On High, e estreou em primeiro lugar com 260 mil cópias vendidas. Avançando oito anos depois, e vocês tem outro álbum no primeiro lugar [American Beauty/American Psycho] com 200 mil cópias vendidas. Nos dias de hoje, isso é difícil e muito impressionante. Qual é a sensação de ainda causar um impacto na música até hoje?
Pete Wentz:
É uma loucura, é legal ainda ter uma voz e ainda ter pessoas que estão dispostas a se levantar e conferir as nossas novas músicas. Você realmente só é tão bom quanto a última coisa que você fez.
Lembro de ter lido algo que Jerry Seinfeld disse… “por eu ser Jerry Seinfeld, o público me dá um minuto, onde as minhas piadas podem ser uma porcaria. Depois disso as piadas tem que ser boas ou eu fracasso” e isso é interessante porque é a mesma coisa para nós. Você consegue um pequeno passe por causa do último álbum ou por ser o Fall Out Boy – ou o que quer que seja. Depois disso você tem que enfrentar o desafio.
As pessoas falam sobre como a indústria musical está para baixo e em declínio e eu meio que discordo. A música está mais presente do que nunca. É a estrutura de tudo. É ótimo poder continuar a participar da conversa.



DP: Eu acho que as pessoas estão consumindo música de formas diferentes nos dias de hoje e estão ouvindo diferentes gêneros. É muito mais amplo agora.
Pete Wentz:
Definitivamente. Para uma banda como nós, tem sido muito útil porque nós sempre quisemos juntar gêneros um pouco. Honestamente, caras como A-Trak e Diplo mostraram que você pode cruzar os gêneros e que as pessoas vão segui-lo contanto que seja boa música e boa arte.

DP: Vocês tiveram uma abordagem interessante para o álbum Save Rock And Roll, e presumo que foi de propósito – vocês surpreenderam a todos com um novo single, um videoclipe, as datas de turnê, pré-venda, e até mesmo um show em Chicago. Por que lançar o álbum assim de uma só vez?
Pete Wentz:
Teria sido difícil se tivéssemos anunciado que estávamos voltando e depois gravarmos um álbum. Eu acho que você estabelece um feito quase impossível, a ponto das pessoas criarem expectativas. Queríamos compor e gravar um álbum que fosse só para nós.
Tentamos adotar uma perspectiva dos fãs um pouco. Eu pensei sobre bandas que eu realmente amei e se elas voltassem, como eu gostaria que saísse? Eu iria querer uma música, uma data de lançamento do álbum, e poder ir vê-los ao vivo na mesma noite, se eu pudesse.

A Vida Sob os Holofotes
DP: Você está com 35 anos agora, como a sua vida mudou ao longo dos últimos cinco anos, em comparação com os cinco primeiros depois de ter formado o Fall Out Boy?
Pete Wentz:
Eu acho que a grande diferença é que durante os primeiros cinco anos nós não tínhamos ideia de até onde isso iria e nós estávamos em uma trajetória que foi bastante insustentável e louca. Não havia nenhum manual para “agora você está no TRL, é assim que você deveria agir”. Com o crescimento surge um entendimento e uma perspectiva de que haverão altos e baixos. Há um nível diferente de apreciação para tudo isso agora.


DP: Tem sido mais fácil manter uma vida pessoal agora que você já esteve na indústria por mais tempo?
Pete Wentz:
Eu acho que é mais fácil, mas também tenho um entendimento melhor de quanto da minha vida pessoal eu quero compartilhar e de quanto eu não quero. Até certo ponto, eu estou disposto a ser aberto sobre algumas coisas, mas eu não vou postar fotos dos rostos dos meus filhos online. Para mim, eu posso dizer aos paparazzi que eu não me sinto confortável com eles tirando fotos dos meus filhos. Eu nunca vendi fotos dos meus filhos ou qualquer coisa assim. Eu sinto que tenho uma capacidade melhor de conciliar e entender o quanto eu quero compartilhar. Eu acho que é importante manter algo de si mesmo apenas para si e para as pessoas com quem você está em um relacionamento.

DP: Como ter filhos mudou a sua perspectiva sobre a vida?
Pete Wentz:
Eu acho que, mais do que qualquer coisa, você aprende a pensar em outra pessoa antes de qualquer coisa que você faz. Isso passa pelo seu circuito. É menos como uma influência direta e mais como essa coisa que acontece involuntariamente.
Ao mesmo tempo, agora quando viajamos ou vamos a lugares, nós ou trazemos nossas famílias ou nos certificamos que faz sentido para nós. As coisas que estamos fazendo tem que ser importante. Não pode ser apenas sobre dinheiro ou sobre esta pequena divulgação que no final não importa. Tem que ser importante para mim para poder estar longe da minha família.

DP: Eu notei que você está disposto a se envolver seus fãs de diferentes maneiras nas mídias sociais. Algumas pessoas tendem a evitar completamente as mídias sociais.
Pete Wentz:
Sim, para mim, com as mídias sociais, contanto que você seja autêntico a quem você é, você não vai se deparar com muitos problemas. Para mim, em um momento eu poderia estar postando sobre o projeto de água da UNICEF que é simplesmente sobre a obtenção de água limpa para todos, e então dois posts depois podem ser sobre pizza ou coisas bobas. Minha personalidade é uma que há certas coisas com as quais eu me importo, e eu não me levo muito a sério. Eu acho que ter essas coisas acontecendo é importante, especialmente quando se trata dos fãs.

DP: Você possui uma gravadora, uma marca de roupas, você escreveu dois livros, você possui um bar e a lista continua. Você sempre quis estar envolvido em tantas áreas diferentes? Essas são apenas outras maneiras para você ser criativo e se expressar?
Pete Wentz:
Eu sinto que a música, especificamente escrever músicas em uma banda punk, coloca um limite imediato sobre o que você pode fazer. Eu tenho todas essas ideias que não se encaixam no reino da música. Muitas delas são ruins; Eu tenho um monte de idéias que eu percebo que não preciso levá-las muito além do projeto. Mas todas são coisas pelas quais sou apaixonado.
Para mim as coisas que eu realmente amei na minha vida foram ideias que as pessoas criaram culturas inteiras em torno delas. Seja punk rock e skate ou algo como o que Jay Z fez. Eu sempre quis criar um mundo em que as pessoas podem comer, dormir, respirar – tudo isso. Quando faz sentido em todas as plataformas, pode ser uma coisa legal.

Jet Lag City
DP: A sua bio do Twitter diz que a sua localização é “jet lag city”, e eu sei que você ama viajar. O que você ama tanto sobre isso?
Pete Wentz:
Eu gosto muito de experimentar outras culturas e experimentar a forma como é a perspectiva que outras pessoas tem do mundo. Por mais que tenhamos viajado, há tantos lugares que eu ainda quero ver e coisas que eu quero fazer e experimentar. Mesmo em cidades que já fomos, eu quero tentar coisas diferentes e não ficar preso vendo os mesmos lugares o tempo todo.
Além disso, as amizades que fiz com as pessoas conforme viajamos ao redor do mundo foram incríveis.

DP: Você encontra tempo para explorar todas as cidades em que vocês se apresentam?
Pete Wentz:
Eu tento sair o máximo que eu puder, se a agenda promocional é pesada demais, às vezes você simplesmente não pode. Eu tento experimentar e fazer as coisas que são conhecidas naquela cidade. Se eu puder, eu gosto de ver algo que é mais underground. Para mim, sair e tentar algo novo sempre torna a viagem mais interessante, seja vivenciando a música ou indo a um restaurante.

DP: É desafiador viajar dia após dia quando você está em turnê?
Pete Wentz:
Pode ser desafiador se você não se preparar. Para mim, há certas coisas que eu irei fazer – Conversarei com a minha família uma certa quantidade de vezes, me certificarei de que estou descansando o suficiente e coisas assim. Eu acho que se você estiver preparado para isso, você vai ficar bem. Venho tentando garantir que se eu ficar com saudades, ou seja o que for, eu saio do quarto de hotel e vou ver a cidade e não esqueço de conferir tudo.

DP: Eu vi seu tweet sobre tentar comprar o SkyMall, no SkyMall. Fiquei arrasado quando ouvi a notícia…
Pete Wentz:
Eu amo SkyMall. Eu olharia sempre para ele e pensaria “ahh eu deveria comprar essa espada ou essa coisa idiota”. Não há nada como tomar alguns bloody marys e tentar comprar algo bobo no SkyMall. Quando eu soube que o SkyMall acabou eu fiquei um pouco triste com isso e pensei que talvez eu deveria comprar o SkyMall .

Como As Viagens Tem Impactado Sua Vida
DP: Algum país ou cidade te inspirou?

Pete Wentz: Eu sinto que o Japão tem sido um lugar insano para nós. Isso abriu a minha mente ao ir para lá pela primeira vez porque foi uma experiência interminável de algo tão diferente que fez tanto sentido. Há muito da cultura japonesa que eu senti que fazia sentido com o Fall Out Boy, que eu nunca saberia antes que tivéssemos ido lá.
Em geral eu sinto que ir e ver as diferentes multidões e diferentes pessoas de cidade para cidade, desde a Rússia até Paris, há uma energia ao redor do mundo e é diferente em todos os lugares.

DP: Há alguma viagem que você sente que mudou a sua vida de alguma forma?
Pete Wentz:
Fizemos uma viagem a Uganda para filmar um vídeo e ver como era lá, vivendo em aldeias deslocadas na tentativa de escapar de ser sequestrado e forçado a se tornar soldados crianças. Isso abriu tanto os meus olhos para tantas coisas que eu não dava o devido valor na minha vida, como ter água limpa e abrigo… Mas também perceber que o sorriso de uma criança é o mesmo em todo o mundo – que a verdadeira felicidade é incrível.

DP: Há alguma cidade ou lugar que você ainda não foi que você está ansioso para visitar?
Pete Wentz:
Uma que nos escapou foi que nós tentamos ser a primeira banda a tocar em todos os continentes e descemos para a região mais meridional do Chile para chegar à Antártica. Estava muito nevado e não podíamos voar. Esperamos no hotel por cinco dias para chegar a Antártica e simplesmente não aconteceu. Eu ainda gostaria de fazer isso de alguma forma, mas agora eu acho que o Metallica já foi e tocou em todos os continentes. Ainda seria legal ir até lá para tocar.

Caindo na estrada com Wiz
DP: Vocês estarão saindo em uma turnê conjunta com Wiz Khalifa chamada Boys of Zummer. Por que vocês decidiram fazer uma turnê com um rapper?
Pete Wentz:
Para mim, eu penso sobre a banda e ela se tornou meio que uma ilha. No último verãos fizemos uma turnê com o Paramore e funcionou perfeitamente, tivemos legado e idéias semelhantes para o que queríamos fazer. Neste verão parecia que Wiz tinha uma coisa semelhante acontecendo, onde ele estava no pop e no hip-hop e estendendo-se entre ambos os gêneros ao mesmo tempo. É algo que a nossa banda sempre teve de lidar. Entramos em contato com Wiz e ele queria fazer um pouco de música e isso é sempre empolgante. É sempre empolgante tentar algo que é novo para nós.

DP: No fim do dia, ambos os seus públicos e fãs se reúnem para experimentar a música dos outros.
Pete Wentz:
Totalmente. É meio que sua responsabilidade como um artista fazer isso. Você precisa expandir a mente das pessoas. Eu sempre apreciei quando meus fãs fizeram isso por mim.

DP: Você gosta de grandes turnês como esta com Wiz ou você gosta de datas mais esporádicas?
Pete Wentz:
A grande vantagem de fazer uma grande turnê é que quando escrevemos o álbum nós tivemos essa visão específica para ele. Você pode realizar plenamente essa visão quando você toca em anfiteatros e arenas. Você é capaz de mostrar as canções a partir da perspectiva da qual você sempre as imaginou. Eu sinto que nós temos a chance de fazer isso com esta turnê.

DP: Vocês conseguem gravar ou compor quando viajam e estão em turnê? Eu imagino que seja muito mais difícil de se sentar e gravar uma música quando há quatro pessoas no grupo.
Pete Wentz:
Na verdade, com este álbum, é o primeiro em muito tempo que nós compomos na estrada e gravamos grande parte dele na estrada. Uma das coisas que podemos nos beneficiar é usar as ferramentas que fazem isso para que possamos gravar em nossos notebooks. É algo que não podíamos fazer há seis anos e isso se tornou empolgante para que nós voltássemos.

Fonte:InfiniteLegroom

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