Bem longe de seus dias de pop-punk e emo que os viram dominar paredes de quarto de adolescentes ao redor do mundo, o Fall Out Boy está de volta com seu som pop-rock em seu novo álbum “American Beauty/American Psycho“. À frente de seu pontual show íntimo em Londres, nós conversamos com o baixista Pete Wentz para discutir a comédia obscura do novo álbum, a evolução do som da banda e suas composições, e como eles planejam lidar com “Uma Thurman”.
“American Beauty/American Psycho” será lançado na segunda-feira (19 de janeiro de 2015). Como você está se sentindo sobre o álbum?
Eu me sinto bem. Eu sinto que nesta altura nós já fizemos tudo o que podemos fazer. Se isso fosse um truque de mágica, nós cortamos a mulher ao meio e unimos as caixas de volta, esperando que as pernas ainda estejam presas! Haha!
Você fica nervoso antes de um álbum ser lançado?
Eu fico nervoso pelo fato de que, a esta altura, eu sei que temos que lançar alguns álbuns que significam algo para algumas pessoas e eu não quero decepcioná-las. O álbum não se torna “o que é” até que outras pessoas o ouçam, e você espera que elas gostem, pelo menos, espera que eles não sejam decepcionadas por ele.
Sobre o que “American Beauty/American Psycho” se trata? O que significa?
Ele tem vários significados diferentes; Eu acho que, no sentido maior, o álbum é sobre um romance moderno. Se você ouvir a faixa-título, é sobre uma mulher fantástica e um cara que não consegue ficar junto para perceber se ele se apaixonou ou bebia muito remédio para tosse.
Eu penso sobre a inocência e a forma como a nossa sociedade tem domesticado certas idéias – internet… pessoas protestando… o que quer que seja – nós gostamos de pensar que estamos seguros com isso, mas não estamos realmente porque isso ainda é um “animal selvagem” e ele ainda pode se voltar contra você. Assim, a investigação do que acontece neste álbum em faixas como “Novocaine” e a faixa-título.
Vindo daquela cena post-hardcore de Chicago ao pop-punk e emo para agora, onde algumas das novas músicas podem se registar no espectro de dance-pop, essa progressão foi planejada e parte de um “plano mestre” ou vocês apenas fazem o que querem?
Quando nós lançamos álbuns inteiros, eu espero que as pessoas que nos conhecem saibam que 95% de um álbum pode ser exatamente o que queremos que seja, e os outros 5% podem ser outras pessoas que gostam de oferecer a sua contribuição, e esses outros 5% nos permitem fazer o que quisermos com o resto do álbum.
Como uma banda, porém, nós sempre progredimos. As pessoas às vezes se pegam pensando que só gostavámos de uma determinada coisa. Fizemos “Save Rock And Roll” e depois fizemos o EP “PAX AM Days” com Ryan Adams que foi completamente diferente, e é apenas a natureza de quatro pessoas com influências vastamente diferentes.
Nos EUA, há algumas bandas que são tocadas em “rádios pop”, então eu acho que é importante alguém carregar essa tocha.
Claro! Então, quais faixas do novo álbum você está gostando de tocar ao vivo?
Até agora… haha! Nós só tocamos “Centuries” ao vivo, mas então, ontem, tocamos “American Beauty/American Psycho” ao vivo pela primeira vez na Radio 1 e nós conseguimos, o que pareceu louco. Fomos amarrados à trilha e o trem estava vindo, e nós definitivamente não sabíamos como desfazer o nó, haha!
Hoje à noite eu acho que nós vamos tocar mais algumas canções, por isso precisamos ir e ensaiá-las, mas eu acho que uma das coisas mais agradáveis de estar em uma banda e poder tocar música é que você terá que ir e tocá-la e descobrir como executá-la em salas diferentes – quais músicas as pessoas amam e quais as pessoas não amam.
Com isso em mente, você tem alguma idéia de como vocês vão lidar com “Uma Thurman”?
Haha! Ótima pergunta! Fizemos um ensaio dessa música e… Eu não acho que vamos tocá-la hoje à noite! Nós teremos uma versão ao vivo da canção, mas é interessante porque ela tem a sample e temos que tocar a sample também. Essa música, por necessidade, vai soar diferente sonoramente quando tocada ao vivo – assim como “Immortals” também. É interessante, porque temos que tocar canções escritas há 14 anos que soam diferente musicalmente, então fazer com que elas se misturem em um repertório, em algo coesivo, às vezes significa que teremos que dobrar as coisas aqui e ali.
“Emo” e “pop punk”, quase por definição, tinham uma habilidade de ser relacionáveis com as pessoas, e suas composições antigas fizeram isso enquanto você escrevia muito introspectivamente sobre a sua própria vida e problemas. Você acha que se tornou menos introspectivo neste álbum?
Isso é interessante. No começo era introspectivo e eu pensei que era relacionável, mas o nosso mundo começou a se mover rápido demais. Havia voos em todos os lugares, problemas com fuso horário e prescrições médicas e simplesmente todas essas coisas e, em torno do álbum “Infinity On High“, estávamos escrevendo todas essas músicas que eram sobre a nossa vida que as pessoas pareciam se relacionar, mas quando eu ouço esse álbum agora, eu penso, “isso não é nem um pouco relacionável”.
Então ele chegou aos “tabloides” – muito sensacional – pelo que as pessoas estavam tirando dos álbuns, e depois com “Folie à Deux” nós pegamos de volta, mas então com “Save Rock And Roll” nós tivemos um tema de “*RAWR RAWR* Reunir as Tropas”, e então neste, eu sinto que é mais introspectivo novamente. Muita coisa aconteceu nesses três anos que demos um tempo e desta vez, eu tenho a distância para dizer algo sobre isso, sem que seja veneno de rato e fogo do inferno! Haha!
A diferença é de que você é uma pessoa mais feliz agora?
Havia uma melancolia geral no início e então houve uma culpa da felicidade – quando me sentia feliz, me sentia culpado mais tarde. Então eu tive filhos e havia essa felicidade genuína que você não pode expressar se você ainda não a experimentou.
Eu acho que existem caras em bandas de rock que são muito mais felizes do que como eles agem em público, mas tudo bem para as pessoas de personalidade a assumirem. Eu sou apenas um cara e às vezes eu estou feliz e às vezes eu estou chateado… às vezes eu fico muito bravo por ter que esperar na fila do aeroporto… Eu realmente gosto de um filme ruim de comédia romântica, assim todas essas coisas influenciam o que eu escrevo.
Em alguns aspectos, a escuridão neste álbum é uma comédia obscura do jeito que a faixa título “American Beauty/American Psycho” é, e isso é algo que nós nunca exploramos antes. Eu nunca toquei minhas músicas para alguém antes e eles riram alto de uma frase, e por isso foi uma experiência legal e diferente.
Finalmente, vocês anunciaram sua turnê hoje. Você já pensou que poderia ser o tipo de banda que poderia anunciar uma turnê com sete datas em arenas e terminar coroando-a na Wembley Arena?
Haha, de jeito nenhum, cara! Nem em um milhão de anos! Se você voltasse 14 anos atrás e nos dissesse que ainda estaríamos fazendo aquilo… isso é uma loucura para mim.
Em alguns aspectos, é muito lisonjeiro para mim; anunciar isso e não ter ninguém rindo é legal.
Eu não acho que nós temos um chip em nosso ombro mas às vezes nos sentimos como perdedores e excluídos, e são momentos como esse nos fazem sentir muito mais bem-vindos.
Fonte: Gigs & Festivals
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