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sábado, 29 de junho de 2013

Joe Trohman do Fall Out Boy fala sobre guitarras, crescer e o novo álbum Save Rock And Roll


O guitarrista do Fall Out Boy, Joe Trohman está muito feliz agora. Mas não é apenas pelo esplêndido novo álbum da banda, Save Rock And Roll, e sua estréia número 1 nas paradas que ele tem se sentido excelente. O obcecado colecionador de equipamentos está entusiasmado sobre uma aquisição recente de um dos seus amplificadores.

"Eu só tenho um atenuador!" ele fala entusiasmado. "Estas coisas não são tão fáceis de encontrar. Dr. Z faz isso, e então faz o THD ( não achei tradução em português para essa sigla, possivelmente é algo relacionado ao vocabulário musical).
 O problema é que eles são tão utilizados, que você vê por perto. Eu tenho um amplificador que não tem um volume master/muito alto. Parece incrível, mas não podemos ter um nível de decibéis apropriado sem ele. Então, ter este atenuador é um grande triunfo."

Amplificadores magnificos modificados é uma coisa, mas o status atual de Fall Out Boy como o retorno dos garotos em 2013 é outra. Na verdade, isso nem sempre pareceu possível: em 2009, a banda (que também apresenta o cantor e guitarrista Patrick Stump, o baixista Pete Wentz e o baterista Andy Hurley), se sentiam queimados pelos tablóides estarem trás deles (a maior parte da tinta cibernética era alimentada por Wentz e sua então esposa Ashlee Simpson), vieram então o bem divulgado hiato. Os membros do grupo rapidamente iniciaram em novos projetos, com Trohman e Hurley formando o super grupo de metal The Damned Things (a banda também inclui Anthrax Scott Ian e Rob Caggiano, junto com  Every Time I Die's Keith Buckley and Josh Newton). De todas as aparências, a semi-aposentadoria do Fall Out Boy ia ficar.

"Não era sempre certo de que conseguiríamos voltar todos juntos," Trohman observa. "Mas todos fizemos um monte de crescimentos. Quanto a mim, eu tinha minha própria banda, me casei, tenho um cachorro e então, sim, agora Fall Out Boy está de volta. Eu realmente não tenho nada pra reclamar.

Trohman se reuniu com RadarMusic recentemente para falar sobre como a banda estabeleceu as suas diferenças e se tornou uma empresa mais democrática, a guitarra que ele usou no estúdio, como foi trabalhar com o experiente produtor Butch Walker, e como se sente ao ter Sir Elton John no disco do Fall Out Boy.


Durante os anos que a banda estava separada, qual foi sua atitude em relação a uma reunião? Você estava esperançoso? Ambivalente? Algo entre eles?
"Ambivalência era o lugar que eu cheguei afinal. Somente não queria fazer isso. Por três de quatro anos, eu pensava, 'não, eu não acho que eu vou fazer isso.' Em primeiro lugar, não queria fazer com a expectativa de que a volta bastaria. Depois de um tempo, eu estava gostando de como as coisas estavam indo com The Damned Things. Eu estava bem na minha vida - eu era feliz. Mesmo com The Damned Things, quando todos voltaram para suas outras bandas, eu pensei, 'eu vou fazer outra coisa. Eu vou descobrir.'

"Eu nunca parei de falar com os caras do Fall Out Boy. Obviamente, eu conversava com Andy, pois estávamos no The Damned Things. Patrick e eu falamos muitas vezes por telefone porque ele e eu eramos quem queriamos fazer outras coisas.
Mas um dia eu estava conversando com Josh Newton - ele e eu tinha uma banda chamada With Knives, e ele é atualmente meu técnico de guitarra – e ele disse, 'você deveria fazer essa banda novamente' – ou seja, Fall Out Boy.

"Alguns dias depois, eu estava conversando com Patrick, já tinha preparado uma lista de estipulações para  eu voltar a banda novamente e antes que eu mesmo poderia dizer, Patrick já tinha minha lista em sua cabeça. Ele tipo me desarmou. Após um telefonema muito longo - eu olhando o telefone, que estava beirando a marca de três horas – eu estava como: 'Sim, eu estou dentro. Vamos fazer isso'. E então comecei a escrever muito, depois que eu desliguei o telefone.

Então você tinha uma lista de estipulações. Eu suponho que existia uma discussão de que a banda funcionaria de forma diferente do que antes.

"Sim. As discussão aconteceram em vários níveis. Minha lista de estipulações foi semi-narcisista. Um grande problema com Fall Out Boy e que me derrubou é o fato de que eu tinha poucas  oportunidades para escrever para a banda. Se torna frustrante. É por isso que eu escrevi para outras bandas. Muita gente gostou das coisas que eu fiz, mesmo que eles não tinham escutado Fall Out Boy em grande escala.

"O que foi uma grande coisa. Se eu voltasse para o Fall Out Boy, eu queria que tivesse uma real saída das minhas escritas. Tratava-se de algo que Patrick disse para mim mesmo antes de eu dizer o que tinha a dizer, que foi maravilhoso. Foi bom ouvir um membro da minha banda – e toda a minha banda – dizer que valorizam o que eu faço e  queriam  que eu fizesse mais."


Você ficou surpreso?

"Surpreso... Mas então, eu conheço Patrick muito bem, porque ele é um cara pensativo. Era desconcertante de uma forma grande. Patrick disse, 'seria um desperdício não ter você e o que você faz na banda.' O hiato foi bom para nós, porque todos temos que sair e fazer outras coisas, e nossos níveis individuais de auto-confiança melhoraram.

"O que foi uma parte da conversa. Outra parte, que foi em Nova York, no apartamento do nosso empresário, foi a idéia de trabalhar com outro produtor. Aparentemente, eu não era o único que se sentia  dessa forma, o que foi ótimo. Neil Avron fez um ótimo trabalho com a gente, mas que foi um outro som  e época , e eu não pensei que era uma boa idéia refazer. Não é marcado da forma que ele existe, mas seria marcado se nós refizemos com ele.

"Queríamos alguém que poderia nos ajudar a desenvolver uma dinâmica no estúdio de banda diferente. Butch Walker é impressionante, entre outras coisas, ele é incrível nisso. Ele realmente deu  a todo mundo uma voz única no estúdio. Ele assumiu o controle, e isso é o que você precisa: o capitão conduzindo o navio"

Soa como se os níveis de comunicação da banda melhoraram do que eram  antes.

"As coisas ficaram mais democráticas. E você vai percebendo que, se você é o homem impar fora da banda em algo, talvez você precise pensar sobre porque você é o homem impar fora. Problemas de comunicação eram tão pobres antes. Nós estamos falando mais um com o outro agora. Quero dizer que, nós somos todos os homens – homens simplesmente param de se comunicar para começar. Então nós estamos deixando tudo isso no passado e tentando dificilmente falar uns com os outros. É muito melhor do que costumava ser."

Muito do que você está dizendo faz lembrar George Harrison, imensamente talentoso compositor lutando para ser ouvido no The Beatles.

"Eu pensei isso antes, e é humilhante. Em nenhuma maneira posso me comparar ao George Harrison – ou Fall Out Boy com Beatles – mas há essa dinâmica semelhante, sim. Quero dizer que, para George Harrison, ele teve que ir longe dos Beatles, para finalmente, provar a si mesmo."

Como você apresentou as músicas para a banda neste disco? Você fez demonstrações de músicas completas? Você mostrou os pedacinhos no estúdio?

"Eu praticamente demonstrei coisas todo o caminho. Eu tenho um estúdio em casa -  Eu estou em Nova York agora – eu ficava inspirado por sons e ia construir coisas. Enviei provavelmente mandei para os caras canções dos anos  80 ou 90. Ao longo de um ano, tivemos mais de 200 músicas ao todo e reduzimos tudo. Não é como se todos eles viessem de em uma vez. Pete é realmente uma  boa placa de som. Ele pode ouvir algo e imediatamente dizer: “isso é uma boa idéia. Devemos trabalhar nisso”. Nós também estamos muito próximos com nosso empresário, e nós trazemos e produzimos idéias. Finalmente, no entanto, isso vem até nós.”

Quais guitarras você usou para gravar?

"Eu tenho algumas que são as minhas principais. Eu uso muito a minha assinatura Squier, ela é incrivel – eu a amo pra caralho. Eu também tenho um modelo Gretsch Historic Series. Então tem um Wayne Kramer Strat, que é muito legal. Eu adoro fazer sons single-coil que são do tipo escuro e ameaçador. Eu gosto de guitarras que parecem ser um pouco sombrio."

Você teve a assinatura Squier Telecaster por alguns anos. Tem planos para renovar?

"Eu saí com isso alguns anos atrás, quando eu estava fazendo The Damned Things. Estamos fazendo algumas coisas com isso ultimamente. Tive uma Billy Siegle da Fender, me fizeram uma versão com Bigsby. Ele me enviou uma foto de Billy Duffy do The Cult segurando a guitarra, e eu surtei quando eu vi. Ganhei o dia! [risos] Mas estive tocando esses barítonos no palco, e talvez nós façamos uma versão da minha guitarra com um barítono. Ainda estamos recebendo a guitarra principal das pessoas. E eu estou tão empolgado para começar a toca-lo”.

Eu posso ouvir suas influências em canções como 'The Mighty Fall' – tem uma vibe de rock de verdade e um riff metálico – mas é interessante como os estilos estão todos misturados dentro da banda.

"Aquele era mais um esforço de colaboração, sim. Pessoas ficariam surpresas com o quanto eu sou um cara eletrônico, e eu gosto de coisas novas, wave, pós-punk e proto-punk. Há algo legal tipo impalpavel,  quase Johnny Marr lambendo a ponte na canção Just One Yesterday – isso se repete no final da canção também. Há um monte de lugares onde eu dizia: 'como posso fazer esta guitarra não soar como um violão?'. Estou pensando em caras como The Edge, Martin Gore, Johnny Marr, Bernard Sumner – caras que fizeram isso passado.


Eu tenho que perguntar, como estranhamente legal é ter Elton John em seu álbum?

"Ah, cara, é tão legal!  Aqui vai como isso aconteceu: estávamos na França, e nós temos um e-mail. Aparentemente, Elton John, sem saber que nós estávamos fazendo um disco, disse que gostava do Fall Out Boy. Ele foi montando um disco de outros artistas fazendo músicas de Goodbye Yellow Brick Road, e nós queriamos fazer isso também. Nós ficamos tipo: 'Puta merda, isso tão lisonjeiro! Uh... você quer fazer o nosso  disco?' [risos]

"Patrick voou para Atlanta e ficou com ele no estúdio por uns 20 minutos. E foi isso que aconteceu – foi rápido. Você sabe, Elton faz o que ele faz, ele é realmente bom no que faz, e isso é tudo que ele  escreveu. Ter esse selo de aprovação é incrível. É incrível ter alguém com sua linhagem no que estamos fazendo. Ele tem sido muito solidário a nós."

A banda tem uma história de às vezes atrair o tipo de atenção errada. Existe uma atitude dentro do grupo agora de ser um pouco mais discreto?

"Eu sei que você quer dizer. Eu acho que há talvez um movimento para esconder as travessuras, por assim dizer. [risos] Eu entendo que muito do que   saiu foi Sobre Pete  - ele tem sido o  cara mais 'tipo-celebridade' na banda. Mas ele tem um garoto e agora ele tá indo com calma. Ele aprendeu o muito com as coisas que aconteceram e ele quer o menos de atenção possível sobre ele. Ele quer que a atenção esteja sobre a banda.

"Nós não somos a banda mais divertida que há – eu sou provavelmente  o “festeiro” mais difícil de todos nós. Mesmo nossa tripulação sendo descontraída  e legal. Você sabe, eu acho que as pessoas em geral são estúpidas. Mesmo o mais inteligente entre nós é estúpido, Nós somos todos idiotas. Mas quando você começa a crescer e ficar velho, especialmente aqueles que são um pouco mais inteligente tende a parar de fazer tantas coisas estúpidas e infantis. E aqui é onde estamos todos nós. Estamos envelhecendo e não queremos mais todas as besteiras que estávamos acostumados a querer.”


Tradução:Diana Morais das Neves @diiiiiii_ana

fonte:MusicRadar



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