Breaking

sábado, 30 de agosto de 2014

Alternative Press:Qual seria o melhor álbum do Fall Out Boy..

Se há uma coisa que todos na internet amam são GIFs animados de gatinhos. E se há uma outra coisa que a internet ama, com certeza é discutir sobre tudo o tempo todo, pra sempre e sempre. Assim, a nossa nova coluna de enquete começa! A seguir, estrela o Fall Out Boy. Qual você acha que é o melhor álbum deles? Aqui está o que alguns dos membros da nossa equipe editorial têm a dizer sobre cada um.

TAKE THIS TO YOUR GRAVE

O Fall Out Boy tornou-se, de muitas formas, um pilar da indústria musical de hoje em dia. De seus consistentes hits no topo das paradas até intermináveis turnês ao redor do mundo, a banda está atualmente no auge de sua carreira. No entanto, como acontece com qualquer figura musical no centro das atenções, o Fall Out Boy teve que começar de algum lugar, e esse lugar foi o seu segundo e inigualável LP, Take This To Your Grave. Apesar da transformação do som da banda com o passar dos anos, foi em 2003 – com o marco de seu pop-punk cru – que eles mudaram os padrões musicais não apenas para eles mesmos, mas para todo um gênero.
O álbum começa com a inesquecível e carregada de angústia “Tell That Mick He Just Made My List Of Things To Do Today”, e em seguida flui perfeitamente entre cada acorde de guitarra, marcação de bateria e harmonia contagiante até a última nota de “The Patron Saint Of Liars And Fakes” ressoar. TTTYG ostenta a ousada capacidade da banda de coerentemente escrever tendências pop (“Grand Theft Autumn/Where Is Your Boy?”) ao lado de verdadeiras influências do punk (“Dead On Arrival”). Enquanto fãs apegados ao som inicial da banda podem ter dificuldade em apreciar seu novo material, aqueles que descobriram o grupo recentemente devem encontrar conforto no aspecto desse álbum mais facilmente – e é por isso que Take This To Your Grave é o melhor álbum do Fall Out Boy. Punk comercializável – o que mais você poderia exigir de uma banda?

FROM UNDER THE CORK TREE

O terceiro álbum do Fall Out Boy não foi nem uma crise nem o retorno (do ano). Take This To Your Grave foi um selo de estreia incrivelmente sólido, mas From Under The Cork Tree pegou o gênero que a banda ajudou a definir e jogou-o na estratosfera.  From Under The Cork Tree foi construído sobre a mesma base que tornou TTTYG tão bom – pop-punk angustiado com guitarras pesadas, bateria nítida de bolso e vocais melódicos  que combinam as sensibilidades do pop com um nível de audácia que vem da experiência de anos tocando em shows suados de punk em salões. Tão bom quanto TTTYG, o álbum tem um sabor único. Esses nativos de Chicago pegaram os melhores elementos desse álbum e impulsionaram os limites do que o pop-punk poderia ser.
“Our Lawyer Made Us Change The Name Of This Song So We Wouldn’t Get Sued” é arrogante e auto-degradante; “Dance, Dance” é, bem, dançante; “I’ve Got A Dark Alley And A Bad Idea That Says You Should Shut Your Mouth (Summer Song)” é carregada de letras melancólicas e instrumentais otimistas, algo entre The Cure, New Found Glory e Bruce Springsteen. Faixas como “7 Minutes In Heaven (Atavan Halen)” e “Of All The Gin Joints In All The World” permaneceram fiéis à vibe pop-punk de TTTYG, mas são mais sólidas que qualquer música encontrada nele. A dicotomia entre as letras de Pete Wentz e a composição musical de Patrick Stump  combinam perfeitamente em From Under The Cork Tree, mais que em qualquer outro álbum do Fall Out Boy. E, para o bem ou para o mal, “Sugar, We’re Goin’ Down” é uma música que seguiu os passos de ancestrais do pop-punk como Blink-182 e ajudaram a estender o gênero para um público muito maior.
Neal Avron (Yellowcard, New Found Glory) foi um ajuste perfeito para acompanhar From Under The Cork Tree; o produtor tem a habilidade fantástica de trazer à tona a profundidade de cada camada na edição musical e criar uma muralha sólida de som. Fall Out Boy continuou a experimentar e diversificar em todos os outros álbuns (incluindo em seu mais recente, no lançamento de  pop-heavy de Save Rock And Roll), mas eles não foram capazes de recapturar o mesmo nível de entusiasmo e confiança como em From Under The Cork Tree.

FOLIE A DEUX

Em 2008, Fall Out Boy era uma banda num impasse. Take This To Your Grave estabilizara sua credibilidade no cenário, From Under The Cork Tree provara sua viabilidade mainstream e Infinity On High ajudara-os a cimentar seu status como estrelas do rock ao flexionar as letras do grupo e ao libertar-se amplamente de suas origens pop-punk. Assim que a banda começou a trabalhar no que seria seu quinto lançamento, Folie A Deux, e escolhendo novamente trabalhar com o produtor Neal Avron, uma visível desconexão começava a ocorrer entre seus membros e suas respectivas ambições criativas, levando, enfim, ao hiato um ano depois.
Folie deve ser o som da visão de temperamento forte de Pete Wentz chocando-se contra o golpe de Estado de Patrick Stump sobre a edição sonora primordial da banda, e é o mais ambicioso, profundo e sincero resultado possível. O som de uma banda jogando todas as suas cartas na mesa é o que o deixa especial.
Enquanto a opinião de Patrick Stump sobre o álbum parece ter azedado com o passar dos anos, e a banda incorpora cada vez menos Folie em suas performances, faixas como “America’s Suitehearts” e “Headfirst Slide Into Cooperstown On A Bad Bet” permanecem como as mais fortes do Fall Out Boy, e “What A Catch, Donnie” é, talvez, o melhor que eles fizeram em todos os tempos. Esteticamente, Folie é o álbum que envelheceu com mais graciosidade sobre todo o catálogo do grupo, e permanecerá como o mais atemporal. Enquanto o álbum do ano passado Save Rock And Roll apresentou um foco mais afiado e letras mais acessíveis, Folie A Deux ainda permanece como o mais estranho, volátil, enfim – o melhor álbum de Fall Out Boy.

SAVE ROCK AND ROLL

Fall Out Boy sempre será uma dessas bandas que  ressuscita sentimentos fortes de nostalgia nas pessoas. Como My Chemical Romance, Taking Back Sunday e outras bandas que surgiram nos anos 2000 e moldaram esse cenário musical, é a sua cruz a carregar. Mas por mais que muitas pessoas queiram enaltecer Take This To Your Grave e From Under the Cork Tree – ambos bons álbuns, sem dúvida – Save Rock And Roll é o melhor álbum de Fall Out Boy porque representa o que eles são atualmente. Para uma banda que está em constante evolução, nunca lançando o mesmo álbum duas vezes,  faz sentido que seu novo álbum seja o melhor, porque cada novo disco do Fall Out Boy traz crescimento, mudança e melhoramento.
Obviamente, Save Rock And Roll poderia ter sido terrível. Eu nunca esperei gostar dele, e para todos os efeitos eu rejeitei-o no começo. Imaginei que uma vez que a atenção exagerada cercando seu retorno cessasse, o barulho morreria. Mas só ficou mais alto. E, assim que eu me sentei e dei uma chance a Save Rock And Roll, eu entendi o porquê. Desde a propulsiva abertura com “The Phoenix”, que serve como reintrodução ao novo FOB, até o fechamento com a faixa-título, a poderosa balada com piano e uma simples mas bonita linha, “You are what you love/Not who loves you” (Você é aquilo que ama / E não quem ama você), Save Rock And Roll é o som de uma banda no topo de seu jogo. As outras músicas também são notáveis, do inteligente e perfurante “Where Did The Party Go?” aos hinos bata-palmas-se-você-está-inspirado “Young Volcanoes” e o corajoso “Rat A Tat”, onde um Patrick Stump atrevido canta “Are you ready for another bad poem?/One more off-key anthem” (Você está pronto para outro poema ruim?/Mais um hino fora do tom). De alguma forma, consegue soar exatamente como o Fall Out Boy de que nos lembramos, e ainda assim nada parecido com algo que eles tenham feito antes. Fall Out Boy pode não ter salvo o rock ‘n’ roll, mas com certeza fez dele algo muito mais interessante.

PAX-AM DAYS

A lenda diz que o Fall Out Boy entrou no estúdio Pax-Am de Ryan Adams e fez muito barulho, gravou e mixou essas oito faixas em dois dias. O negócio é que tudo nesse pacote duplo de sete polegadas soa rápido, como se a banda tivesse chegado ao estúdio às duas da tarde comendo um Pixy Stick com energéticos e saíram de lá às cinco da manhã para comer burritos numa parte ruim da cidade, apenas pra acabar em um show-para-todas-as-idades tão furioso que vomitaram de cima a baixo a frente de seus instrumentos.
Enquanto todos com mais de 35 anos citaram os suspeitos usuais (Misfits, Black Flag…) como antecedentes desse exercício, o FOB mostrou tanto seu lado de fã como uma personalidade em construção. A 'urgência' nas vozes de Patrick Stump (especialmente em “Hot To The Touch, Cold On The Inside”) carrega uma essência tão profunda que faria Bruno Mars olhar dos índices do SoundScan em seu IPhone para seu assistente e perguntar, “Então esse é o tal hardcore de que tanto tenho ouvido falar?”. O desempenho de Andy Hurley na bateria faz parecer que ele viu o fantasma de Sid Vicious apontando uma calibre 38. carregada e engatilhada na sua cara, enquanto Joe Throman e Pete Wentz impulsionaram o processo como se estivessem tocando numa matinê de hardcore no CBGB’s  no verão de 1983. (O fim campestre de “Caffeine Cold” é uma curiosa reviravolta, no entanto.)
A própria existência dessa gravação é ao mesmo tempo perversa e legal como o inferno: o primeiro porque o projeto seguiu o brilho pop de Save Rock And Roll por seis meses. O segundo porque a banda admitiu seu amor pelo hardcore old-school sob a bandeira do FOB, ao invés de lançar faixas sob outro nome para de alguma forma manter algum tipo de aparência de rock moderno anteriormente delineado (e fazendo uma reverência, Mad Gear And Missile Kid). Odiadores vão odiar, mas vamos encarar os fatos: a banda deles não chegam nem perto. Por alguma razão, muitas bandas se dissociam do seu passado. Em Pax-Am Days, Fall Out Boy tem seu presente, seu futuro e seu passado. O que mais qualquer um poderia querer?


Fonte:Alternative Press

Nenhum comentário: