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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Josh Newton conta como é ser parte da equipe de shows do Fall Out Boy


Nos bastidores de qualquer grande show ao vivo que você já viu, há um exército de técnicos de suporte, de som e roadies que se asseguram de que cada detalhe da performance aconteça sem problemas. Eles checam se as guitarras estão afinadas, se os amplificadores estão funcionando corretamente, se a bateria não está mais alta que a voz, e se, no fim do dia, os equipamentos estejam bem guardados e prontos para a próxima.
Josh Newton é uma dessas pessoas, e pelos últimos anos tem sido responsável pelas guitarras de Joe Trohman. Newton é um músico de experiência que já tocou com todos desde a aclamada banda de indie rock Shiner, até os heróis do metalcore, Every Time I Die.
Ele conheceu Trohman pela primeira vez quando o cantor da banda Every Time I Die, Keith Buckley foi recrutado para o super grupo The Damned Things para o qual Newton acabou tocando baixo. Trohman pediu a ele que ficasse por perto quando Fall Out Boy voltasse, e Newton chegou a substituir o guitarrista num show recente no Reino Unido quando Joe teve que cancelar devido a uma emergência de família. Leia a entrevista com Josh Newton e descubra o que acontece numa grande turnê e qual o pior pesadelo dos técnicos de guitarra.

Descreva, para as pessoas que não sabem, o que exatamente um técnico de guitarra faz.
Eu trago todo o equipamento para o show, com ou sem a ajuda de uma equipe do local. Eu arrumo, e mantenho em ordem o equipamento de Joe. Geralmente eu também passo o som com a banda, ou pelo menos checo se os equipamentos estão conectados. Durante o show, eu resolvo qualquer problema que possa ocorrer e afino e dou as guitarras para a banda. Como Pete (Wentz) e Patrick (Stump) não exigem tanta manutenção, eles compartilham do mesmo técnico, meu compadre Brian Diaz. Não que o Joe seja chato, o setup dele é meio doido, e ele tem muitos equipamentos, mas além de manter a guitarra dele afinada, ele não fica tão em cima. E no fim do show os fãs gritam me pedindo palhetas e setlists.

Você também é músico. Como você foi de tocar com bandas a trabalhar como técnico?
Eu toquei no Glazed Baby por alguns anos, e depois fui a segunda guitarra para a banda Unsane em uma turnê. Então eu vim para Kansas para tocar com Season to Risk e Shiner. Depois disso eu fui tocar com Reggie and the Full Effect e nós fizemos algumas turnês com From Autumn to Ashes e quando o baixista deles saiu, eles me chamaram, então eu toquei com eles por três anos. Toquei com Every Time I Die por quatro anos depois disso. Quando Joe e Scott Ian do Anthrax criaram o The Damned Things, eles chamaram Keith Buckley, do Every Time I Die, para ser o vocalista. Inicialmente, eles tinham outro baixista, mas ele não ficou por muito tempo. Eu meio que me convidei perguntando, bêbado, para Keith quando que nós sairíamos em turnê, “Quem está tocando baixo? Eu toco!”. Depois, eu me encontro numa sala com Scott Ian com sua guitarra Jackson Yankees e foi como estar de volta à quinta série escutando I’m the man na fita. Foi bem estranho. E quando Fall Out Boy começou a se aquecer de novo, me chamaram pra afinar as guitarras.

Você já tinha sido técnico de guitarra antes?

Só pra mim mesmo. Eu também fui basicamente o técnico do Joe no The Damned Things. Eu não era um membro oficial até a segunda ou terceira turnê, e enquanto ele [Joe] ia falar com a imprensa ou sei lá o que, eu ficava entediado e começava a arrumar os equipamentos. Eu acho que quando se participa de tantas turnês como eu, você vê todo tipo de problema que se pode ter relacionado a equipamentos. Não sei consertar amplificadores, mas eu consigo arrumar o meu. Eu espero que a maioria dos guitarristas meio que experimentem como é arrumar o próprio setup, só por tentativa e erro. Foi assim que eu aprendi. Eu dizia, “O que tem de errado com sua guitarra? Vejamos – oh, você precisa de captadores novos. Eu os coloco pra você.” Eu aprendi fazendo, porque eu sou completamente obcecado por esse tipo de coisa. E basicamente umas das únicas coisas com a qual eu realmente me importo.

The Damned Things

Quando você diz que o Joe tem muitos equipamentos, de quanto estamos falando?

Bem, dois amplificadores, uma caixa para guitarras, e um rack cheio de pedais, sistemas de captação sem fio e um mini interruptor. É um setup ridículo. Digo, tem muitos setups malucos por ai, mais que o dele inclusive, mas considerando o que os outros membros da banda usam, é bem extremo. Os outros caras tendem a usar só o amplificador, talvez um pedal, e só; enquanto nós temos três aparelhos de delay, um pedal de reverb, osciladores malucos e pedais de expressão, o conjunto completo. Quando Fall Out Boy começou, o som era meio, guitarra em drop d, e acordes oitavados. Mas agora o som deles progrediu, Joe virou o cara das cores, e como as novas músicas tem vários sons diferentes, como teclado e coisas do tipo, eles não fazer tudo isso ao vivo, então o Joe preenche isso com sons esquisitos usando os pedais.

Qual o pior pesadelo de um técnico de guitarra?
Pra mim, o pior é quando as coisas são danificadas ou perdidas no transporte. Com o resto eu consigo lidar, dá pra sobreviver, mas ultimamente, venho tendo várias caixas de guitarra sendo destruídas no transporte. Isso é péssimo. Nos utilizamos três rigs diferentes, que sempre revezamos, então isso é bem triste pra mim. Nos voamos tanto por ai que o rig B está sendo mandado pra Austrália e estamos usando o B e o C em dois shows diferentes em Los Angeles porque não temos tempo de levar os equipamentos de um lado da cidade pro outro. Ou os usamos se vamos aparecer no The Today Show num dia de no outro vamos pra Ellen, em Los Angeles ou algo assim, de outro jeito iria custar milhares de dólares pra enviar tudo durante a noite. E algumas coisas do Joe são específicas. Os rigs não são idênticos, eles têm amplificadores diferentes, mas têm coisas e comum, é bem ridículo.

Você acabou substituindo o Joe recentemente com o Fall Out Boy, no Reino Unido. Como isso aconteceu?
A mãe de Joe faleceu. Ela tinha um câncer que progredia, então ele decidiu ficar com ela e a família em vez de sair do país, então eles me pediram pra substituí-lo. E foi bem louco. Especialmente porque eu pensei que ia só tocar em alguns shows, e ai estávamos em Londres e eles disseram, “Ei, precisamos praticar amanhã, você pode vir ao hotel?’ ‘Nós vamos tocar ao vivo na rádio da BBC, e vão filmar também, e, a propósito, você vai ter que tocar essa música que você nunca ouviu (“Uptown Funk” do Mark Ronson)”. E eu disse, “Ok, legal, merda!”. Eu já estava ocupado aprendendo outras 20 músicas do Fall Out Boy, por que não 21? Mas foi divertido. Os fãs foram legais. Foi bem diferente de tudo que eu já tinha feito. Mas nós nos divertimos, e eu acho que eu fui bem. Foi engraçado porque, eu ainda fui meu próprio técnico de guitarra, e quando estávamos colocando as coisas no caminhão depois do show, todos os fãs perguntaram, “Por que eles estão te fazendo guardar os equipamentos?”, e eu disse, “É pra isso que eu estou aqui, mas acabei tocando no show.”


O que vem agora pra você, tanto no Fall Out Boy quanto nos seus projetos musicais?
Bem, o disco do Fall Out Boy, “American Beauty/American Psycho” acabou de sair. Eles só ficaram quatro meses de “folga” e nesse tempo eu trabalhei para a banda Volbeat, então foi perfeito pra mim. E eu estava trabalhando num projeto, “Sie Lieben Maschinen” com Steve Tulipana, que foi vocalista do Season To Risk, que acabou de sair; tem também um show do Shiner, talvez mais de um, não sei ainda. Só estou tentando fazer shows sempre que eu posso. Por isso mudei para Kansas, só pra poder tocar se eu tiver tempo.

Fonte:VH1


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