O mundo lá fora é difícil para uma banda de rock. Mas Fall Out Boy 2.0 continua a sacudir tendências e permanecer vitorioso. O novo álbum American Beauty/American Psycho inaugurou no número 1 da Billboard 200 e movimentou 218 mil unidades na primeira semana, mais do que os 60 mil de seu predecessor. Mas o álbum de 2013 Save Rock and Roll foi uma história de retorno à sua própria maneira, um álbum que lançou vários hits e que baseou a ascensão do quarteto das cinzas da toxicodependência, projetos paralelos e disputas.
Enquanto bandas em situações similares implodiram sob a pressão do sucesso e da longevidade, Fall Out Boy apenas ficou mais forte. Como eles fizeram isso? Que conselhos eles podem dar para outras bandas? Como o álbum solo de R&B de Patrick Stump, o arriscado EDM de Pete Wentz, e os projetos paralelos de hardcore e metal de Joe Trohman e Andy Hurley deixaram todos melhores? Nós batemos um papo com o baixista Pete Wentz sobre a história de fundo do hiato do Fall Out Boy de 2010 a 2012 e como a banda transformou a turbulência interna em um bem ajustado novo fôlego.
Bem, é ótimo continuar escrevendo sobre Fall Out Boy, então faça eles continuarem vindo.
O mais louco pra mim é que isso é maior pra gente do que o último álbum, que foi de retorno. É inesperado.
Parabéns pelo álbum em primeiro lugar.
Obrigado, está sendo uma loucura. Muito insano!
Isso combina com o que estou escrevendo – a decisão de voltar para os negócios em tempo integral, ao invés de tornar-se apenas um ato de nostalgia. Vocês, caras, voltaram juntos e basicamente escolheram retornar de onde partiram..
Quando demos um tempo, dissemos que a única forma de voltarmos seria se fosse um retorno sobre música nova. Toda banda tem sua própria jornada, mas, para a gente, fez sentido. Sentíamos que eram negócios inacabados. Deixamos esse sentimento no Folie à Deux, que foi um álbum peculiar lançado numa época estranha para o Fall Out Boy – uma mudança no paradigma dos negócios. A parte mais assustadora para mim é que poucos de nós estão voltando às origens, agora. Estamos apenas acertando o passo de uma forma que faz sentido. Somos uma banda que opera como vira-latas; é assim que sempre vimos isso tudo, e mantivemos esse olhar, e tentamos criar arte nova. Tudo sempre foi construído em volta da ideia de sermos intrusos.
Várias bandas que surgiram com vocês recorreram a bancar aniversários de 10 anos de seus álbuns clássicos. Vocês realmente definiram evitar algo assim?
É estranho pra gente, porque é como se fôssemos um novo tipo de banda que antes precisava articular-se para cada álbum, nunca focando em novas músicas. Não era o formato certo para nós. Álbuns assim existem. Eles capturaram esses momentos no tempo para a gente. Se voltássemos lá e os tocássemos e fingíssemos que ainda estamos vivendo esses momentos, isso simplesmente não seria para a gente. Mas tem muitas gravações que eu realmente quero ver sendo tocadas em toda nossa jornada, e estou totalmente disposto a fazer isso. Cada um na sua. Para minha banda havia negócios inacabados, e precisávamos fazer música nova.
E como foi colocar todo mundo de volta na mesma página?
Antes de darmos um tempo, estávamos tendo dificuldade em nos comunicarmos uns com os outros. Não era nem dificuldade em nos comunicarmos uns com os outros – mal estávamos nos comunicando. Sempre fomos uma banda bem democrática. Nos baseávamos no modelo do U2 – quando você é uma banda, é uma banda. Tentamos manter as coisas nesse sentido. Perto do fim, não estávamos nos comunicando. Quando pensamos pela primeira vez num retorno e em realmente fazer isso de novo, tivemos que abrir as linhas e conversar de verdade. Conversamos pelo telefone individualmente uns com os outros e então nos encontramos em New York e fizemos uma saída sem rumo de oito horas na qual lavamos a roupa suja e nos comunicamos e pensamos na forma como precisávamos nos mover no futuro. Isso foi importante. Abrimos linhas de comunicação que estiveram fechadas por um bom tempo.
Você e os outros três membros do Fall Out Boy focaram em outros projetos durante o hiato. Isso deve ter ajudado bastante.
Acredito que sim… Algumas coisas criativas que provavelmente não se encaixam no Fall Out Boy surgem, e colocá-las para fora eu acho que ajuda – é um pouco como uma limpeza de primavera. E quando você realiza sua própria criação, você se dá conta do quanto precisa dos outros caras para fazer o outro projeto. Porque cada um de nós meio que preenche um papel diferente, e você passa a apreciar aos outros quando fica por conta própria. Participamos da banda por sete anos seguidos, sem parar nem para piscar. O tempo fora nos permitiu ter alguma perspectiva disso. Partir do zero para o retorno era um grande negócio. Acho que não tínhamos tido realmente um tempo para percebermos quem éramos sem o Fall Out Boy. Esse tempo fora nos deu nova perspectiva..
Fonte:Billboard
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