É uma manhã de segunda-feira em Los Angeles, e Pete Wentz,do Fall Out Boy, está no seu quintal, se lembrando de ter topado com os garotos do 5 Seconds of Summer, numa festa recentemente. “Foi meio doido”, explica Wentz sobre o ocorrido. “Em relação a eles, nos sentimos como irmãos mais velhos”.
10 anos atrás, Wentz e seus amigos de banda estavam praticamente no mesmo lugar que Five Seconds of Summer estão agora – festeiros jovens numa onda de sucesso e admiração. Para o FOB, essa notoriedade veio como resultado do estouro do seu álbum de 2005, From Under the Cork Tree, que tinha o single avassalador, “Sugar, We’re Going Down” e transformou o quarteto punk de Chicago, nos irreverentes queridinhos da MTV, durante o auge do programa Total Request Live. Dez anos depois, Wentz e sua banda – incluindo o vocalista Patrick Stump, guitarrista Joe Trohman e baterista Andy Hurley – estão aproveitando o novo sucesso, o álbum American Beauty/ American Psycho, que saiu em janeiro e contém o hit, “Centuries”.
“É muito difícil manter o poder na cultura pop,” explica Wentz, que viu várias bandas mainstream de punk tanto falhar (Good Charlotte, All American Rejects,Blink-182). “Você só pode ser tão bom quanto sua última música ou álbum. Na rádio pop, atualmente, tem talvez uma banda e meia,” ele diz, notando a transformação das rádios Top 40. “Não tem muito espaço”.
Devido à atual paisagem da cultura pop, e com tudo indo contra eles, Fall Out Boy renovou seu som.
“Queríamos lembrar as pessoas do que elas amavam no Fall Out Boy e ao mesmo tempo manter nosso espírito,” diz Wentz. “Não faria sentido se nós não nos adaptássemos”. Os frutos da adaptação da banda os levaram a criar um som inteiramente novo, puxando um pouco do seu álbum de 2013, Save Rock and Roll, e juntando rock com trechos de outras músicas, coisa que só era vista no rap e na música eletrônica.
“Nossa mudança sonora fez sentido,” ele explica. “Criou um ambiente meio bizarro pra nós. No começo, tivemos essa ideia estranha de usar trechos das nossas músicas. Depois a ideia era criar um álbum levado por esses trechos”. Os frutos desse trabalho transformaram “Centuries” num hino pulsante de rock, que se fixou nas setlists da banda. “’Centuries’ é tocada em muitos eventos esportivos, o que é interessante, por que não nos interessamos muito por esportes”.
Falando sobre a trajetória e o novo som do Fall Out Boy, Wentz usa muito as palavras, “estranho” e “bizarro” e é fácil ver o porquê. Sua propensão a usar trechos vai de uma música acapella de 1981, “Tom’s Dinner”, até o tema da série de comédia dos anos 60, “The Munsters”.
A banda também se viu num momento curioso dezembro passado, quando tocaram na turnê Jingle Balls por todo o país. A review da turnê, que tem os maiores artistas do Top 40 da rádio, diz que Fall Out Boy está na mesma barca que Megan Trainor, de 20 anos de idade, que tinha cinco quando a banda estava começando em Chicago. “É muito bom que ainda possamos sair em turnês ao redor do mundo e estar nas rádios, mas é um pouco estranho”, ele diz, usando o adjetivo de novo. “Meio que estamos numa ilha. Verão passados fizemos uma turnê com o Paramore, o que fez sentido, mas é difícil achar artistas para se juntar a gente. Nos sentimos como um peixe fora d’água”.
Talvez, ser um peixe fora d’água é exatamente o que o Fall Out Boy quer ser, especialmente considerando que “Centuries” e é primeiro single deles a ficar entre os dez melhores desde 2007. “Seu legado como artista é definido pelo quanto você dura”, ele diz. “Comparando com os anos anteriores, agora nós estamos muito mais preparados como seres humanos (para o sucesso). Somos muito sortudos por ter uma segunda chance.
Fonte:Observer
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