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domingo, 6 de fevereiro de 2011

'Sinto pena de quem fala mal da gente', diz cantor do Fall Out Boy

Em entrevista ao G1 (Globo)em 2008, Patrick Stump comentou viagem cancelada para a Antártida.Banda tentou bater recorde de tocar em todos os continentes em menos de nove meses.


O Fall Out Boy é atualmente uma das bandas mais populares dos Estados Unidos e seu cantor, Patrick Stump, é um garoto rechonchudo, de jeitão tímido, que pouco condiz com o papel de homem de frente em um grupo de rock. A estrela do FOB, assim, é encarnada pelo baixista e letrista Pete Wentz, que faz o papel de ídolo de pôster das adolescentes, de celebridade que namora outras celebridades e de protagonista de (mini)escândalos na internet (nu em fotos que vazaram na rede etc, aquela coisa de sempre).

Mas Patrick Stump não é vocalista da banda à toa. Dono de uma voz limpa e de falsetes que lembram cantores de soul - que contrastam com o emo rock do quarteto -, ele é também o responsável por criar a maior parte da música do Fall Out Boy. E é, ao contrário desta geração, alguém bem articulado, que desenvolve suas idéias e não se retringe a quase monossilábicos "it's ok" nas entrevistas.

Em papo por telefone com o G1, Stump comentou a fracassada viagem do grupo à Antártida (onde eles tentariam estabelecer uma marca no "Guinness", o livro dos recordes), sua tensa colaboração com o rapper Jay-Z e as relações raciais nos EUA, a turnê que rendeu o DVD "Live in Phoenix" e como é ser o cantor, mas não a estrela de uma banda.

G1 - Como é estar em turnê para você pessoalmente? É algo que te cansa ou você gosta do dia-a-dia na estrada?
Patrick Stump - Eu gosto da rotina, é um pouco como ter um emprego em que você entra às 9h e sai às 17h... Eu sei que é algo estranho de falar, mas eu gosto dessa coisa mais estável. Agora, claro, são três, ou melhor, cinco anos nesse ritmo, então sem dúvida que chega uma hora que cansa.

G1 - O DVD que está sendo lançado agora mostra você em um espaço do ônibus da turnê com diversos equipamentos para compor ou gravar. Você gosta de separar um horário do dia para isso, você é disciplinado a respeito?
Stump - Na verdade eu sou bem relaxado em relação a isso. Eu gosto de ter todos os equipamentos à disposição para quando eu estiver inspirado é só apertar o "rec". Eu, na verdade, não tenho um planejamento para o dia inteiro. Isso varia. Às vezes vocês está inspirado, outras vezes não.

G1 - Como é o seu relacionamento criativo com Pete Wentz? É tenso?
Stump - Na verdade nós gostamos de ter a opinião do outro sobre o que nós escrevemos sozinhos. Nunca temos a oportunidade de ficarmos desapontados com a gente mesmo porque somos obrigados a nos confrontar com o julgamento do parceiro. Nós somos grandes amigos, eu gosto que seja assim. Pete, pessoalmente, é muito mais tímido do que eu. No palco, fica a imagem de que ele é o rock star, e eu sou o garoto nerd e tímido. Isso não me incomoda, eu gosto é de escrever música. E, no final das contas, acho que Pete e eu pertencemos a uma mesma categoria de pessoas [risos].

G1 - Vocês tocaram no começo do ano passado no Brasil. Qual foi a sua impressão sobre o país?
Stump - Foi bem legal, mas nós gostaríamos de conhecer mais. Só pudemos visitar São Paulo, que é uma cidade muito diferente do que se vê nos EUA. [Faz um pausa] Eu sei que o Brasil tem a maioria da população da América do Sul e que se fala português. O que era estranho para mim, já que eu não sabia nenhuma palavra de português, e dava uma sensação estranha de estar em um país tão grande e importante e não saber nada do idioma. Eu preciso aprender muito sobre o Brasil.

G1 - Você já relatou sua experiência de fazer uma colaboração a convite do rapper Jay-Z e se ver intimidado, com bloqueio criativo e sem conseguir se enturmar - o garoto branco em meio a uma turma do hip hop. Qual é a sua visão das relações raciais nos Estados Unidos?
Stump - É uma excelente pergunta. Eu acho que estado das relações raciais hoje em dia mostra as direções que estamos tomando. Eu estou bastante feliz de viver na América neste exato momento. É a primeira vez que temos candidatos fora dos padrões, uma mulher e um negro, com chance de ganhar uma eleição presidencial. Eu acho que agora nós estamos prontos para mudar. Nós estamos prontos para aceitar de verdade que temos que lidar com as questões raciais e com suas várias implicações. Eu recebo uma grande inspiração da música negra e acho que fiquei intimidado pelo Jay-Z porque eu o respeito. Não creio que tenha sido por alguma barreira racial, acho que foi o nervosismo de atingir as expectativas de alguém como ele. 



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