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quarta-feira, 16 de abril de 2014

Os dez álbuns que mudaram a vida de Patrick Stump


Mesmo sendo dois anos mais novo do que o inicio da era do CD, o vocalista e guitarrista do Fall Out Boy, Patrick Stump fala que discos de vinil eram a principal forma pelo qual ele escutava música durante sua infância.







 “Isso não significa que sempre permitiam que eu escutasse os discos” Stump diz, rindo. “Eu era o mais novo da família, e meus pais não queriam meus dedos cobertos de geléia de amendoim nas ranhuras dos vinis. Durante um tempo, poder colocar os discos pra tocar era tipo uma coisa especial e inalcançável para mim.”
Fitas cassete também estavam presentes no passado de Stump, apesar das dificuldades de achar as melhores músicas na fita serem uma atividade frustrante para o jovem entusiasta de música. “Você tinha que avançar ou rebobinar e na maioria das vezes você não tinha ideia de onde estava” ele lembra. “Mas você tinha a experiência de lado A e lado B com as fitas, então elas eram tipo discos de vinil nesse aspecto. Isso era bem legal.”
A internet ainda estava engatinhando durante a adolescência de Stump, então ele procurava música na loja Record Surplus, que se especializava em produtos usados, e ficava na cidade natal de Patrick, Des Plaines, em Illinois. E também em outras lojas numa cidade próxima, Evanston. Perto do fim do ensino médio, ele até trabalhou na Record Surplus. Para Stump, a ideia de ganhar dinheiro para trabalhar de alguma forma no mundo da música parecia inacreditavelmente perfeita. Infelizmente, o estoque da Record Surplus nem sempre era de primeira.
“Lembre-se, era uma loja de álbuns usados no surbúbio de Chicago, não no centro da cidade,” ele diz. “Então, tinha muito material de Lawrence Welk e alguns da não popular Barbra Streisand. Ou você achava álbuns bons de alguns artistas depois de terem feito muito sucesso. Podíamos escolher primeiro álbuns que tinham um arranhão ou outro. Às vezes até pegávamos coisas nas lixeiras do lado de fora da loja. Ocasionalmente, aparecia algo muito legal.”
Faz 11 anos que o Fall Out Boy lançou o álbum de estréia “Take This To Your Grave”, que foi seguido pelo ganhador do álbum de platina por três vezes, “From Under The Cork Tree.” Ano passado, após um breve hiato, o grupo lançou o álbum topo das paradas “Save Rock And Roll” e saiu em turnê pelas arenas. Tudo isso significa que os dias de procura nas lixeira de Stump definitivamente acabaram.
Pesquisando pelo clima musical da atualidade, ele fala sobre o debate singles X álbuns: “As pessoas ainda fazem grandes álbuns, mas nosso foco é em singles. Isso é ok, porque durante um tempo esquecemos como se faz um single. É um pêndulo que oscila, e é importante ter pessoas que entendam como fazer as duas coisas. Eu acho ótimo que haja um Max Martin e um Dr. Luke e uma Katy Perry lançando esses excelentes singles. Ao mesmo tempo isso me faz meio que sentir falta do álbum.”
Patrick passeia pela estrada da sua memória musical e fala o que ele considera serem os 10 álbuns que mudaram a vida dele.



1.Tom Waits – Small Change (1976)


“Isso é um pouco arbitrário porque esse foi o primeiro álbum do Tom Waits que eu ouvi. Fui uma garoto da década de 80 e a voz dele é algo além do normal. Ele não é Tom Petty ou Elvis Coestello, ele é algo diferente disso. Então eu ouvi falar sobre nome e a voz, mas esse foi o primeiro álbum que eu escutei.”
“É genial. Eu amo a forma como ele habita o personagem. Os arranjos e as cordas são lindos, especialmente com a voz grave que ele tem. E as letras não são exceção. Ele é provavelmente meu letrista preferido de sempre.”



2.David Bowie – Low (1977)


O álbum Ziggy Stardust estabeleceu que David Bowie poderia ser uma super estrela e um grande letrista. O álbum Low o estabeleceu como um gênio artístico além do seu tempo.”
“A história de Low é que é um álbum completamente diferente quando você muda o lado. O lado A é bizarramente composto de músicas pop fáceis de se ouvir e de se entender, com letras horrivelmente estranhas. O lado B é um álbum instrumental sintetizado, e é muito bom também. Foi tão fora do padrão e diferente do David Bowie que conhecíamos até aquele ponto. Isso me deixou muito empolgado com ele.”
“Uma coisa é ver uma foto de alguém, é bem diferente ver duas fotos completamente diferentes da mesma pessoa. Você dá alguns passos pra trás e pensa ‘Como essas coisas se conectam?’”


3.Elvis Costello & The Attractions – This Year’s Model (1978)


Qualquer pessoa que tenha uma guitarra e toca rock tem um respeito fanático ou um respeito invejado dos álbuns dele. Eu sou um grande fã do Elvis Costello, mas esse álbum em particular se sobressai.”
“My Aim Is True é uma missão de afirmação brilhante, mas é uma fase pré-Attractions. A energia é diferente em This Year’s Model. Elvis está tocando com The Attractions, que são músicos espetaculares. Tem uma coisa meio  que porcaria acontecendo ali. A banda é quase madura, como se eles estivessem descobrindo como eles devem tocar juntos. E isso é punk rock pra mim. É mais punk rock do que a maioria dos álbuns de punk rock.”
“Há tantas camadas nas letras de Elvis Costello. Elas são literais e cheias de observações únicas. O fato dele ir de um álbum como esse para algo como Painted From Memory, ou escrever uma música como Shipbuilding, é algo muito empolgante.”
“Falando nisso, os únicos álbuns que eu gosto com órgãos da Farfisa são os que Steve Nieve está presente.”




4.Batman: Original Motion Picture Score by Danny Elfman (1989)


Os próximos dois estão basicamente ligados. Estou incluindo ambas trilhas sonoras de Batman porque cada uma teve um grande impacto sobre mim. Eu percebo Danny Elfman o tempo todo na nossa música, principalmente na forma que eu organizo as cordas ou como algumas passagens melódicas funcionam. Eu posso rastrear essas coisas de volta ao álbum do Batman de 1989.”
“Até hoje em dia, eu ainda sou obcecado com essa trilha sonora. Eu sinto falta da época de músicas compostas para filmes, porque logo após isso parecia que o filme tinha que ter uma enorme, grandiosa trilha sonora. Estamos em uma época fantástica para trilhas sonoras agora, mas elas deixam muito espaço para a história ser contada. Droga, às vezes é legal entrar no caminho e atrapalhar a história.” (risos)


5.Prince – Batman Motion Picture Soundtrack (1989)



Essa escolha é engraçada. Eu estava pensando muito sobre o Prince tipo. ‘Cara, como eu o encaixo nessa lista?’ Ele é uma grande influência pra mim, mas de uma forma que é quase difícil de descrever.”
“Meu irmão comprou esse álbum pensando que seria como a trilha sonora do Danny Elfman. Mas era o Prince, e meu irmão falou, ‘Ah, eu não quero isso aqui.’ Cara, eu amei essa fita cassete. Eu a toquei até não poder mais. Foi meu primeiro álbum do Prince também, meu primeiro real entendimento sobre ele. Sendo um garoto branco do subúrbio, eu não tinha um bom ensino sobre funk e R&B, então eu fui ensinado pelo Prince. E eu estava entendendo o Prince, que é um gênero musical por si próprio.”


6. MC5 – Kick Out The Jams (1969)


“Estou tentando lembrar onde eu ouvi MC5 pela primeira vez. Acho que a banda The Presidents Of The United States fez um cover de uma música de Kick Out The Jams no álbum de maior sucesso. Eu era uma criança na época, então escutar coisas assim era como o horário nobre pra mim.”
“Eu sempre fui muito curioso sobre essa música. Era o tipo de frase que brotava na minha cabeça. Eu tentei encontrar o álbum do MC5, isso era na época antes do iTunes ou do Youtube. Eu achei um no eBay, mas custava muito caro. Mas então eu consegui achar um, entre todos os lugares, na lixeira atrás da loja de discos. Foi como achar a Arca da Aliança. Uma luz estava brilhando nesse álbum lá de cima.”
“Foi o álbum mais punk rock que eu já havia escutado sem estar nem um pouco preocupado em ser punk rock. Não havia como ver essa banda na minha época, mas na minha cabeça eles eram a banda mais legal que já existiu. Esse álbum é uma missão de afirmação.”
“Sendo da cena punk, uma das coisas que sempre me tirou do sério sobre o punk eram as regras. Você não pode se vestir de uma certa forma porque é o que as pessoas do pop vestem. Não use esse tipo de melodias, pessoas do pop as usam também. Um coisa sobre MC5 e especialmente Kick Out The Jams que me impressionou foi a parte musical. As melodias e harmonias que não deveriam estar no punk rock estão lá, e estão bem presentes.”


7.Michael Jackson – Thriller (1982)



Uma das coisas que eu desprezo é quando alguém escolhe alguma coisa artística simplesmente para tentar impressionar os outros com seu conhecimento de coisas obscuras. Eu poderia ter feito uma lista de 10 álbuns que mudaram minha vida com, sei lá, Ornette Coleman ou alguém do tipo, mas eu não queria chegar a esse ponto. Thriller é…. é tudo.”
“Esse álbum veio antes de mim, então é o tipo de coisa que sempre existiu. Bad foi lançado em 87, mas Michael lançou singles de Thriller até aquele momento. Quando era criança, escutava esses singles várias e várias vezes. Ainda era muito, muito novo e relevante para mim.”
“O que eu acho tão fascinante sobre um álbum como Thriller é que era tão grande. Era tão bem definido e tão Michael Jackson que ninguém perdeu tempo tentando copiar. Isso é um feito. Eu já vi pessoas fazerem alusões visuais a esse álbum, e já vi pessoas fazerem alusões a ele em espírito. Mas eu nunca ouvi ninguém sentar e falar, ‘Ok, eu quero escrever Baby Be Mine’ ou ‘eu vou escrever uma canção como Thriller.’ Thriller foi a última música que soou como Thriller. Isso é algo que me faz defender esse álbum ainda mais. Vai ter sempre alguém que vai ser chato e falar, ‘Ah, beleza, Thriller… tanto faz.’ Mas não é, é tipo, ‘Não cara. É sério. Esse álbum é tudo que dizem que ele é. Ele é bom nesse nível.’”


8. Eddie Harris – The Electrifying Eddie Harris (1962)



“Isso foi algo muito importante pra mim. Meu pai tocava música tradicional, mas antes dele desistir e conseguir um emprego de verdade, ele tinha uma banda de música tradicional. A coisa mais próxima com a qual eu consigo comparar é a banda de Joni Mitchell com Jaco Pastorius. Era algo desse nivel.”
“Então jazz sempre esteve perto de mim quando eu era criança, isso é uma frase que eu só ouvi saindo da minha própria boca. (risos). Eddie Harris é facilmente meu instrumentista preferido. As coisas que eu gosto dele são que ele pode ser muito impressionante e te surpreender com algo muito diferente, mas com mais frequência, ele vai confiar em um bom ritmo e melodia. É quase como uma versão pop bem delicada do estranho estilo musical left-field.”
“Eu li uma crítica sobre ele que disse que ele precisava de manhas, o que não é verdade, ele não precisa. E ele tem a manha, o que é o máximo. É tipo, se você tirar a manha, ainda é música muito boa, mas coloque a manha e é ainda mais divertido.”
“The Electrifying Eddie Harris é o álbum que melhor estabelece que ele é o cara que toca saxofone através de um sintetizador, o que é uma ideia louca. Mas, a partir disso, ele tem álbuns onde ele canta através da campana de um trompete, ou ele inventa instrumentos híbridos, como um saxofone de tocar com dedos com o bocal de um trompete. Mas ele sempre fez canções melódicas que ficavam na minha cabeça. Eu realmente amo esse álbum.”


9.Mos Def – Black on Both Sides (1999)


“Hip hop era uma coisa engraçada para mim. Na década de 90, Tupac era muito famoso, mas eu perdi essa época. Eu estava presente, mas não estava prestando atenção nisso. As coisas que me pegaram instantaneamente sobre o hip hop foram A Tribe Called Quest e De La Soul. Eu curtia quando o foco era no jogo de palavras nas letras. Eu também gostava quando havia uma preocupação com a cultura que veio antes de você.”
“No final dos anos 90 e começo dos anos 2000, tendo esse tipo de apreço pelo hip hop, Black On Both Sides foi uma explosão para mim. Se houvesse algo como hip hop alternativo, esse é o melhor álbum desse tipo.”
“É um pouco louco que Mos Def não seja tão conhecido como MC atualmente. Eu acho que todo mundo o conhece como ator, e ele é um grande ator. Ele é um desses caras que é injustamente talentoso. Mas cara, como esse álbum é bom. Eu respeito pra caramba alguém que consegue criar uma música de hip hop que te faz pensar. Ele tem muitas músicas desse tipo nesse álbum. Eu sei todas as letras, então é isso ai.”


10. Saves the Day – Through Being Cool (1999)

“Queria ser honesto comigo mesmo e com as outras pessoas. Eu pensei sobre isso: ‘O que eu coloco no último lugar? Coloco Joe Pass? Herbie Hancock?’ E eu disse, ‘eu preciso ser honesto. O título é 10 álbuns que mudaram minha vida.’
“Se você olhar o resto da lista, eu acho que você entende que eu era um garoto que trabalhava numa loja de discos, um cara que tinha um olhar bisbilhoteiro sobre a música. Apesar de eu ter incluído Thriller, há quase um olhar elitista sobre as coisas. Eu conheci pessoas com essa mesma lista que eu não hesitaria em chamar de elitistas.”
“Eu tava trabalhando em uma rádio, e parte do meu trabalho era ouvir as coisas novas que as gravadoras mandavam. Esse álbum chegou, eu escutei e juguei como ‘Bem, ele não se encaixa no formato, então provavelmente não tocaremos.’ Mas, ao mesmo tempo, eu amei o álbum.”
“Se tornou algo como um prazer com culpa pra mim: ‘Ah, tem melodias. Tem guitarras distorcidas.’ Mas não é de fato um prazer com culpa, é de fato um álbum maravilhoso. E, a parti daí, eu acabei entrando em uma banda de pop punk, exclusivamente por causa de Through Being Cool. Não haveria nenhuma chance de eu estar no Fall Out Boy se não fosse por esse álbum.”
“Uma semana ou duas depois, eu conheci Joe Trohman do Fall Out Boy e comecei a conversar com ele, e foi assim que a banda começou. Meu entendimento de coisas como essa até então eram The Descendents ou Kid Dynamite ou Dillinger Four. Through Being Cool, há uma certa liberdade nesse álbum. Lembra daquelas regras de que eu estava falando? Não há regras aqui. É simplesmente um álbum de punk bom, energético e bem jovem, que é genuíno e verdadeiro.”


Fonte:Musicradar


Um comentário:

Váh disse...

Ótima lista para saber mais sobre música, conhecer boas músicas e as influências da nossa banda preferida, fica a dica ;)