domingo, 11 de janeiro de 2015

Como uma das maiores bandas dos anos 2000 se tornou heróica e improvável das paradas de sucesso,o Fall Out Boy!


Como o Fall Out Boy derrotou todas as probabilidades e se tornou sobrevivente do top40

 A viagem de van do Fall Out Boy está passando rapidamente na estrada 95 por aproximadamente 2 horas quando Pete Wentz percebe que não sabe para onde a banda está indo. “Estamos indo pra Tampa ou Orlando?” Pete pergunta ao seu empresário de turnês. “Porque se estivermos indo pra Orlando, eu quero ir na Harry Potter Land.” O empresário diz a Wentz que a banda irá tocar em Tampa essa noite e em Orlando no dia seguinte, mas com um show acústico para uma rádio de manhã e um outro show à noite, eles não têm tempo para ir ao parque de diversão. Isso é novidade para Patrick Stump. “Como assim show acústico?” diz o cantor, sentado no banco de trás. “A gente nem ensaiou essa merda! A gente literalmente não sabe tocar “Centuries” em versão acústica.”
As coisas estão bem frenéticas para o Fall Out Boy agora: eles estão no meio de um período em que irão tocar em 15 festivais de rádios em apenas 20 dias, fazendo paradas em todos os lugares, de Oakland até Duluth, na Georgia. “Centuries” , o single mais recente da banda, subiu para a posição 22 das paradas e foi executada mais de 30 milhões de vezes no Spotify. O Fall Out Boy acabou de terminar seu sexto álbum, “American Beauty/American Psycho” , a ser lançado no dia 20 de Janeiro, e também tem uma música, “Immortals”, na trilha sonora do filme de animação da Disney Big Hero 6 (que também está subindo nas paradas). Isso significa que, junto com Maroon 5 e Imagine Dragons, eles são uma das poucas bandas de rock no mundo capazes de competir com artistas como Taylor Swift e Meghan Trainor no top 40.
Ninguém poderia ter previsto esse tipo de retorno, menos ainda os próprios membros da banda. Fall Out Boy reinou nos corações de crianças emo em meados dos anos 2000, conseguindo colocar meia dúzia de canções no top 40 nesse processo. Mas, quando eles retornaram em 2012 após um hiato de 3 anos, o punk rock estava tão morto quanto o som mainstream, e o dance estava em ascendência. “Achamos que não haveria mais espaço nas rádios para nós,” diz Stump. “Pensamos que iriamos fazer alguns shows e sabe, só isso. Essa é uma era da música disco, então ouvir nossas músicas nas rádios é meio surpreendente.”
Wentz, o baixista e letrista de 35 anos, está feliz que o Fall Out Boy ainda consiga fazer singles de sucesso. “Nós sobreviveríamos sem rádio,” ele disse. “Batman pode sair e lutar sem a maldita capa. Mas, quando ele aparece, as pessoas querem vê-lo usando a maldita capa. Meu slogan sempre foi, ‘eu quero ser o maior de todos.’ O do Patrick sempre foi, ‘eu quero ser o melhor de todos.’ Em algum ponto, percebemos que eram duas versões diferentes da mesma coisa.”


Fall Out Boy estava em um lugar sombrio depois que o álbum de 2008, “Folie A Deux”, não conseguiu gerar nenhum grande hit. Os paparazzi perseguiam Wentz e sua então esposa Ashlee Simpson, e os integrantes da banda estavam brigando uns com os outros. “Eu literalmente passei meus 20 anos sendo a pessoa mais egoísta possível.” Disse Wentz. “Eu não tinha capacidade de entender o tempo das outras pessoas e não tinha empatia pelo que as outras pessoas pensavam sobre as coisas.” Após o último show da turnê em 2009, cada membro da banda tomou seu caminho e mal se falaram por vários anos.
O ponto mais baixo pareceu vir em 2012, quando Stump, que tinha lançado um cd solo em 2011, postou uma carta honesta e chocante em seu blog pessoal, na qual ele revelou que estava sem dinheiro para continuar a turnê solo e estava sendo insultado por fãs que diziam que gostavam mais dele quando ele era gordo. “As pessoas pensaram genuinamente que era uma nota suicida,” ele diz. “Queria com todas as forças não ter escrito aquilo.” O post inspirou Wentz a entrar em contato com Stump. A dupla reviveu sua amizade e, logo depois, reviveram a banda também.
O Fall Out Boy não quis fazer apenas um rápido exercício de nostalgia. “Nos perguntamos, ‘o que gostaríamos de ver se The Smiths ou alguém assim se reunisse?’” disse Wentz, “A gente ia querer um álbum novo, um single novo, datas de turnê e nada de fazer shows pequenos.” A banda entrou em estúdio e descobriu que ainda conseguia fazer canções monstruosas. O single de retorno, “My Songs Know What You Did In The Dark (Light Em Up),” alcançou o número 15 nas 100 melhores em 2013.
A banda passou um ano e meio na estrada para promover o álbum “Save Rock And Roll”. Enquanto estavam em turnê, começaram a trabalhar em uma faixa construída em torno de um sample ao vivo do refrão de Tom’s Diner, de Suzanne Vega. Essa faixa se tornou o hino “Centuries”, e eles ficaram tão pirados com o resultado que correram para o estúdio e conseguiram gravar “American Beauty/American Psycho” em três semanas.
No fundo, Stump and Wentz ainda são nerds da cultura pop. Eles passam as quatro horas da viagem até Tampa debatendo tópicos como a diferença entre o filme Alien de Ridley Scott e Aliens de James Cameron. (“Um é inquietante e te deixa desconfortável, enquanto o outro é um grande filme pipoca,” diz Stump.) Quando menciono o documentário de video game de 2007 The King of Kong: A Fistful of Quarters, Stump e Wentz passam vários minutos citando frases do filme.
Logo, o FOB chega no festival 97X Next Big Thing, onde eles são a atração principal. Um festival que também teve Young the Giant, Alt-J, New Politics e outras bandas que são, na media, uma década mais nova do que eles. Fall Out Boy é levado a uma tenda de meet and greet onde 50 fãs, quase todos meninas adolescentes aguardam por eles. “Eu escuto fãs falando nas redes sociais que eu os inspirei a tocar guitarra,” diz o guitarrista Joe Trohman. “Torço para que isso sirva de caminho para outras bandas fazerem o mesmo.”
Quando Fall Out Boy entra no palco às 8:45, eles são recebidos com gritos de estourar os ouvidos vindos de seus fãs mais novos. A maioria dos gritos estão reservados para as músicas novas e os seguranças mal conseguem dar conta da multidão de fãs fazendo crowd-surfing.
A banda está pingando de suor e empolgada quando sai do palco após o último bis com “Saturday”, canção do álbum de estréia do FOB, “Take This to Your Grave” de 2003. “Isso foi muito bom”, diz Wentz enquanto troca a camisa que usou no palco por uma antiga do Metallica. “Foi louco ver como o público era novo. Surgiram duas rodas durante uma música do nosso primeiro álbum que ninguém conhece. Me veio a cabeça no palco que talvez não estamos em uma ilha se há tantas pessoas como aquelas por ai. Talvez esse seja o movimento de agora.”
Agora, o Fall Out Boy está se preparando para uma turnê no verão do hemisfério norte. Enquanto isso, eles continuam sendo uma anomalia no universo pop. “Não somos a última banda de rock”, diz Stump. “Mas somos a última banda de rock que não acha que o pop é uma palavra de quatro letras.”
Stump, que se tornou pai recentemente, está no Fall Out Boy desde quando tinha 17 anos. Ele sabe muito bem o que as pessoas que não gostam da banda pensam, e ele não se importa com isso. “Já nos rotularam com várias coisas depreciativas”, ele diz. “’Ah, eles são aquela maldita banda de pop punk’ ou ‘eles são aquela maldita banda emo, eles são uma droga’, ou ‘eles são essa maldita banda de rock de estádios, eles são uma droga’. “Ninguém consegue decidir porque somos ou fomos uma droga, o que pra mim, significa que estamos fazendo a coisa certa.”

Fonte:RollingStone

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