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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

O Fall Out Boy tocou para o Noisey as músicas que fizeram com Ryan Adams



Cerca de dois meses atrás, o Fall Out Boy e Ryan Adams foram ao estúdio e fizeram algumas músicas juntos. Isso é legal e aleatório, mas o que é mais legal do que coisas aleatórias resultando em músicas que acabaram sendo uma sólida coleção de rock com cara do hardcore punk feito pelos Misfits e Black Flag. Como nós sabemos disso? Bom, ontem eu caminhei até centro e sai em uma van com Pete Wentz e Joe Trohman para ouvir as faixas e falar sobre elas. Pete me explicou que elas não queriam ter uma “sessão para audição” propriamente dita, já que eles gravaram em low-key, num ambiente sem estresse, a melhor forma para tocá-las para a mídia seria de um laptop no fundo de um ônibus, arranjado por um agente no último minuto.
Depois da nossa sessão improvisada, Pete, Joe e eu conversamos sobre como Ryan Adams é como produtor, como é subverter as expectativas de todos (até as suas próprias) e porque a estrutura é uma droga.


Noisey: Quantas músicas vocês gravaram durante essa sessão?
Pete Wentz: Nós chegamos com quatro ou cinco ideias, mas fomos além disto. Ryan ficou, tipo, “Faça um no local”.
Noisey: Eu lembro do Ryan Adams fazendo shows inteiros com músicas que ele escreveu em seu camarim.
Pete Wentz: Isso é mais ou menos o que estávamos fazendo. Foi um grande experimento como banda. Não é o jeito que nós fazemos as coisas, nós não somos esse tipo de banda.
Noisey: Parece, para mim, que o Ryan Adams estava cumprindo mais um papel de Steve Albini como produtor, onde ele é mais um diretor.
Pete Wentz: Sim, totalmente. Uma das grandes partes de gravar o “Save Rock And Roll” foi que quando nós estávamos com o Butch Walker e a ideia que muitas das demos e das coisas foram feitas em laptops de antemão e realmente estariam no disco. Foi tão digital e foi definitivamente uma coisa que nós não teríamos feito como banda. Então voltar a fazer algo que era puramente analógico foi muito bom. Eu acho que, para nós, foi bom descobrir que isso ainda existia no mundo.


Noisey: Você vê essas gravações existentes em antítese ao “Save Rock And Roll”, ou mais como um exercício que está indo a público?
Pete Wentz: Eu acho que foi um exercício, mas eu acho que é definitivamente a antítese do “Save Rock And Roll”. Os jovens podem dizer coisas, tipo, “Oh, onde está o guitarrista se você vai chamar isso de “Save Rock And Roll”?” E teve uma parte de nós que realmente quis fazer sem isso. O rock precisa ser desafiado agora. A coisa mais rock and roll que nós podemos fazer agora é tipo o que o Skirillex está fazendo agora. Foi bom entrar lá e fazer barulho que é o que as pessoas achariam como o “rock and roll” tradicional.
Joe Trohman: As pessoas esperariam um monte de remixes após o álbum. Não que tenha alguma coisa errada nisso, mas isso não é o que as pessoas esperariam que nós fizéssemos e isso é excitante e divertido, revirar as pessoas pela cabeça, por assim dizer. E também, de certo modo, isso é uma continuação do “Save Rock And Roll”, foi um exercício, pois não fizemos todas as muitas camadas de coisas. É uma destilação prévia disso. É como um disco do Black Flag no qual é tipo, tem muitas faixas e tudo que está lá é o que está lá.

Noisey: Essa sessão foi divertida?
Joe Trohman: Sim!
Pete Wentz: Foi tipo uma saída. Foi muito engraçada e divertida. Com a mente do Ryan, é difícil conectar os pontos e saber onde isso está indo. Uma hora ele está fazendo essas piadas engraçadas e então ele fala “nós temos que jogar pinball AGORA”
Joe Trohman: Ou, tipo, “olha essas cópias russas estranhas de bonecos GI Joe”
Pete Wentz: Não teve nenhum momento “oh, nós precisamos terminar isso!” Foi ótimo, especialmente vindo do meio de uma turnê de promoção onde tem muitas das partes não tão divertidas de ser de uma banda, onde você está ajudando alguém a entender porque eles têm que gostar do seu disco ou o que é interessante sobre ele.
Noisey: Eu sinto que quando vocês estão promovendo seu disco, vocês estão estruturando seu tempo de uma forma que não leva a algo que vocês estão felizes para o próximo disco.
Pete Wentz: Não. É muito difícil ser criativo dentro de uma agenda, especialmente quando a agenda é fazer entrevistas na Alemanha.
Joe Trohman: É uma coisa boa, mas não tem nada novo neste processo.
Pete Wentz: Por isso que foi divertido apenas fazer essas músicas. Eu fico feliz que as pessoas puderam escutá-las ao mesmo tempo em que nós estávamos fazendo elas e foi, tipo, “wow, isso é tão divertido de fazer”.
Joe Trohman: Foi uma saída entre amigos na qual músicas foram feitas. Eu acho que vai ficar tão longe como a forma como ele é interpretado pelas pessoas. Tipo, algumas músicas bestas que nós fizemos ou uma coleção de músicas que eles poderiam chamar de disco. Nós temos que deixar isso para nossos fãs, ou até para os não fãs.
Noisey: Qual vibe vocês estavam tentando alcançar?
Joe Trohman: Misfits, Black Flag, Descendents, Dag Nasty, qualquer coisa do final dos anos 1970, começo dos 1980 que fosse punk ou hardcore foi influencia para a criação dessas músicas e eu acho que até nas letras também. Isso foi a inspiração por trás de toda essa sessão – emular todas essas coisas que nós crescemos ouvindo e as coisas que o Ryan cresceu ouvindo. Nós todos realmente nos conectamos lá e nós pudemos trocar ideia. Não foi uma inteiração forçada.
Noisey: É estranho ter que fazer entrevistas sobre essa coisa que vocês fizeram por diversão e que agora, de repente, vocês têm que justificar a existência?
Pete Wentz: Talvez o mundo gire de uma forma diferente, mas eu acho que eu não vou estar na KISS FM falando sobre essas músicas. Para mim, essas são as entrevistas que acabam sendo entediantes porque eu tenho que acabar falando de cultura pop recente.
Joe Trohman: Nós somos privilegiados por termos pessoas que querem perguntar sobre as coisas que fazemos, então não vale a pena reclamar disso. Mas é mais legal falar de algo novo. Especialmente sobre isso. Falar sobre algo divertido é, na verdade, divertido.


Tradução:Diana Morais das Neves @diiiiiii_ana
Fonte: Noisey 

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