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sexta-feira, 17 de julho de 2015

Por dentro da mente musical e incompreendida de Pete Wentz


Me deliciando com coquetéis,conversas e delineador de olho com o baixista do Fall Out Boy.


Para um cara em uma das bandas de rock mais famosas de todos os tempos, Pete Wentz surpreendentemente tem boas maneiras. Após pegar o elevador de vidro para se encontrar comigo no lobby da cobertura no Jimmy no hotel The James New York e me apresentar ao seu corpulento guarda costas, ao  letrista e baixista do Fall Out Boy foi oferecido um copo de água. Assim que a água chegou, me perguntaram se eu também queria. Quando disse que sim, Wentz, que agora aos 36 parece ter 23, educadamente empurrou seu próprio copo gelado para mim. “Aqui”, ele disse docemente, “fique com esse”. Foi um pequeno gesto, mas não um que eu esqueci. Cavalheirismo, por assim dizer, não é apenas para os mortos-vivos, mas vem na forma de uma camiseta apertada, cabelo espetado e olhos cor de chita. E todos os momentos, todos os instintos e todas as confissões que ele fez para mim durante nossa conversa de vinte minutos me impressionaram e me fizeram pensar que esse Fall Out Boy é um Homem com H maiúsculo. Aqui, após uma rodada de Forty Niners absurdamente fortes, falamos sobre a época do TRL, fúria na idade escolar e a maneira mais apropriada de esfumar seu lápis de olhos.


Então, Pete, eu não quero te envelhecer (ou a mim), mas eu realente me lembro da sua música “Sugar, We’re Going Down” em um episódio da série Laguna Beach… Essa é uma memória querida para você assim como é para mim?
Sim! Isso foi quando eu aprendi a palavra “Chyron”

O que isso quer dizer?
 É quando eles colocam a capa do seu álbum no canto da tela enquanto a música toca. Eu me lembro que isso foi uma grande coisa para nosso empresário. Todas as vezes ele ficava “Eles vão chyron o álbum. Vai ser incrível!”. E eu ficava, “Não tenho ideia do que isso quer dizer”.

Isso é engraçado. Na verdade, após pesquisar no seu Twitter e entrevistas, eu percebi que você é, no geral, um cara bastante engraçado. As outras pessoas também acham isso de você?
Sabe, eu nunca entendi porque os caras em bandas de rock tem que ser de um jeito ou de outro. Eu vejo esses caras sérios nos festivais e coisas assim e fico pensando ‘eles devem ir para o camarim e ficar fazendo piada de pum ou algo assim’. Você não pode ser assim o toda hora, né?

Uma coisa que separa essas bandas de festival do Fall Out Boy é que grande parte dos seus fãs cresceram com a sua música. Vocês tem uma variedade grande de pessoas nos seus shows?
É muito louco, sim. Nós tocamos na Jones Beach [em Long Island] noite passada e você olha e vê que agora está cheio de jovens famílias e crianças. Eu sinto que a maneira que nós interagimos com a música pop nos EUA é, você sabe, você acha algumas bandas que gosta quando está no ensino médio, você vai para a faculdade – eu fui para a DePaul por um tempo – e lá você experimenta com bandas que acham que são mais legais do que você. Tipo, eu não entendia as bandas que meus amigos estavam escutando naquela época. Mas quando você volta para o mundo real, no qual muitas vezes a vida é dura, você pensa, ‘eu posso ouvir Bon Jovi ou qualquer coisa’. Se eu gosto disso e faz com que eu me sinta bem, por que não?

Você escuta os doTop 40?
Eu escuto sim. Eu escuto muito a rádio Satellite com meu filho. Nós escutamos os clássicos, rock and roll e nós escutamos rádios pop. E você pode realmente dizer o quanto uma música pop é boa se uma criança de seis anos entende ela.

Isso é verdade?
Nós escutamos a 80s on 8 e começou a tocar ''Pour Some Sugar On Me''. E eu falei pro meu filho, ‘Sabe como você se sente com aquela música do 5 Seconds Of Summer? É assim que eu me sinto com essa música’. Eu expliquei pra ele que essa foi a primeira música que foi minha e ele disse ‘Eu fico feliz que as pessoas estejam fazendo músicas melhores agora’. Isso meio que partiu meu coração, mas parte de mim ficou ‘é assim que funciona’. De outra forma você se torna o cara velho gritando para as crianças saírem do seu gramado.


É louco pensar que o Eminem logo estará no canal dos velhos. Onde o Fall Out Boy entra nesse espectro?
Isso é interessante porque nós não estamos nessa classe estimada. Eu sei disso porque nós introduzimos o Green Day ao Rock and Roll Hall of Fame e eles estavam lá em cima ao lado dos Rolling Stones, Coldplay e Foo Fighters. Então isso é esse nível superior e então tem essas bandas novas, revelações, e eu acho que nós estamos no meio disso em algum lugar. É como ter que lutar uma guerra nos dois lados. Nosso legado é importante, mas eu também acho que é importante para as crianças por aí irem nessas turnês de verão e poderem ver uma banda cujas músicas estão sendo tocadas nas rádios agora. é um ponto muito estranho. É como se nós estivéssemos naquela fase estranha, cheia de acne da nossa carreira.

Bem, para esse final, seus singles recentes “Centuries” e “Uma Thurman” tem milhões a mais de plays do que “Sugar, We’re Going Down” no Spotify, então parece que vocês estão impactando os jovens ouvintes…
Eu acho que isso mostra que as pessoas estão ouvindo muito mais música hoje em dia. Isso só enfraquece o argumento de que a música está menos poderosa e menos escutada.

Certo. Mas e a fama? Vocês estão fazendo isso por 15 anos. Ser reconhecido, ter que andar com um guarda costas, isso tudo deve ficar tão ultrapassado..
Escuta, eu nunca… Quero dizer, quando nós estávamos indo no TRL e todas aquelas coisas, isso estava em um nível que era insustentável. Eu olho para o One Direction – e nós já saímos com eles e são garotos muito legais – e eu não quero fazer tudo isso de novo. É tão louco, você sabe. Tem, tipo, uns quatro anos da minha vida que eu não consigo lembrar direito porque tinha tanta coisa acontecendo que eu não conseguia processar.

Talvez esse nível de atenção esgotam os neurônios que insistem em serem estimulados?
Sim!  E você atrofia músculos básicos dos humanos. Tipo, se eu tinha que ir até o aeroporto naquela época, eu não sabia como. é tão estúpido. Mas, dito isso, eu aprecio aquele momento quando alguém levanta e cria coragem pra se aproximar de você. Eu sei que minhas próprias crianças vão fazer isso com alguém um dia e eu espero que essa pessoa não seja cuzona. Outro dia eu e meu filho fomos ao FAO Schwarz porque ia fechar. Nós tocamos no Today Show naquela manhã e eu estava muito zumbi. Esse garoto veio até mim e disse, ‘Hey, Pete do Fall Out Boy. Bom trabalho no Today show’. E eu fiquei tipo [assentindo positivamente], ‘legal’. E ele ficou tipo, ‘John Bongiovi’. E eu fiquei tipo ‘nem fodendo’. Nós poderíamos ter um grande momento no piano do chão juntos.

Você mencionou que fez faculdade por um tempo. Como você era nessa época?
Eu acho que eu estava meio perdido, na verdade. Eu estava estudando ciências políticas e queria ser uma pessoa cheia de ideais. Eu tocava nessas bandas de punk rock, mas eu não conseguia encontrar uma direção. Sabe toda essa história de se encontrar na faculdade? Eu acho que eu estava tentando fazer isso.

Tipo, muito propositalmente?
Sim, como se fosse um filme ou algo assim. Eu acho que eu era uma pessoa realmente esquecível na faculdade. Eu também sofria muito por estar longe dos meus pais, então eu sempre voltava e dormia em casa, o que deixava meus pais doidos. Tinha algo na minha infância – os ThunderCats e Garbage Pail Kids e todas essas coisas – que era muito seguro para mim e servia como escudo. Eu acho que sentia falta daquilo.


Falando em voltas… Em um momento você foi, tipo, o pioneiro do lápis de olho masculino. Você pode praticar suas habilidades comigo?
(Risos) Eu não sou tão bom nisso! Eu me sinto mal. Eu vou estragar tudo. Nós podemos tentar se você quiser, mas eu nunca passei lápis em outra pessoa antes.


Vai ser ainda melhor se você for ruim nisso!
Eu vou te dizer como eu fazia isso, também. Na verdade eu não usava lápide de olho. Eu usava sombra e aplicava com meus dedos. Ás vezes eu passava lápis na parte de dentro dos olhos (Eu acho que ele quis dizer na linha d’água). Tem certeza que quer que eu faça isso em você?

É exatamente o que eu quero.
Ai meu Deus, eu sou muito ruim nisso. Muito ruim. Ruim mesmo. Tá tão ruim. [risos] E eu manchei tudo! Mas é assim que eu faria.


O que solicitou que você usasse isso pra começar?

Bem, eu não sei. Eu acho que era como uma fantasia de Halloween ou algo assim. Eu, tipo, adoro não ser eu mesmo ás vezes… Ai meu Deus, isso foi pesado. Você vai voltar pro trabalho com bafo de margarita e um delineador horrível. Seus colegas vão perguntar ‘o que aconteceu com você?’

Eu acredito que está perfeito.
Eu poderia fazer um gatinho ou algo assim? Está tão ruim. Muito desigual. Eu passaria o lápis, mas também passaria a sombra para dar uma esfumada.

Você usaria coloridos?
Sim, tudo isso. Mas o problema é que agora eu tenho 36 anos. Você não quer ser o cara que fica na festa tempo demais. Sabe do que eu estou falando?


Fonte:Elle

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